terça-feira, 11 de agosto de 2009

Dor.

Porque a minha dor preenche a dor que já foi embora. Tentou ficar, mas foi embora.
Se bem que eu prefiro aquela dor antiga. Era saudável. Ela preenchia o vazio que minha dor atual insiste em preencher. Porque era mais do que dor, era amor.
Porque a minha dor é a do vazio. Como a do estômago que dói quando se tem fome. A dor que o cérebro tem ao vasculhar alguém em que se pense à noite. A dor que o coração sente ao se sentir tão sozinho, bombeando um sangue frio, e por vezes inútil. A dor dos nervos em desespero.
É dor de solidão. Aquela que se faz presente quando tudo se esvai. Aí ela chega, querendo tomar o lugar que já foi de alguém que tenha sido especial algum dia. E, o que é pior, consegue. Ela mantém os dias e as noites mais frios e longos. E, por isso, se torna mais longa ainda.

Um comentário:

Arthur Rangel B) disse...

"Não tenho nada a dizer
Eu fico mudo quando a dor te corta
[...]
Vou esperar do seu lado
a tempestade passar
Vou esperar do seu lado
Porque eu só posso esperar."