quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Tudo o que ela queria era sentir aquilo, que a fazia se sentir tão mal. Aquilo era tudo o que ela mais desejava no momento. Poder tocá-la, senti-la, abraçá-la, acariciá-la. Poder ama-la sem reservas.
Tudo o que ela mais queria era poder ser ela mesma. Sem ligar para o que os outros fossem pensar dela. Ela queria ser forte o suficiente para poder se declarar. Queria não ter medo da resposta que ouviria.
Só queria que todos os sonhos que ela tem a noite se tornassem realidade.
Aquele corpo junto ao dela, tão entrelaçados um no outro, que chegava a formar um só. As respirações ofegantes, os carinhos trocados.
As duas andando de mãos dadas, no parque, a luz do crepúsculo. Trocando juras de amor, brigando pra ver quem amava mais.
Os olhares intensos que eram trocados. Os beijos também intensos que eram dados com tamanha vontade, que se entregavam por completo uma a outra.
As palavras carinhosas, que eram sussuradas ao pé do ouvido. Que provocavam sensações indescritíveis, que chegavam a parar o tempo, e a desejar que esse nunca passasse.

Isso era tudo pelo que ela rezava todas as noites antes de dormir, tudo o que mais desejava em seu interior.
Tudo o que a fazia se sentir tão angustiada e com tanta raiva. Tudo o que explicava as suas atitudes.
Tudo pelo que ela espera que algum dia aconteça...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Porque ser insano, as vezes é crucial.

Quando a gente busca pensar demais nas coisas, nada acaba como a gente pensou.Já vi casos de ser melhor do que eu esperava, mas na maioria das vezes, pensar demais sempre causa alguma coisa ruim depois do desfecho.Então, viva a insanidade, até quando ela não nos permite pensar.

Pensando a gente se desvia da realidade, e se entrega a coisas que talvez nunca aconteçam, ou acontecem de forma inesperada.Não vale a pena precipitar um futuro; acho que o melhor que se tem a fazer em muitas das situações do cotidiano, é deixar-se levar pela falta de raciocínio.

E sabe aquela propaganda horrível de cerveja?"Viva a vida sem frescura"?Ta aí, acho que é isso que devemos fazer.Essa frescura toda de pensar, e de sentir as coisas precipitadamente, é tão idiota, e tão "desinsano"(um ;** pra minha prof de física xD[piada interna, baby]).

Então, sejamos sempre insanos, e viva esse blog!

Piada tosca, e novo lema pro blog:

Insanos para sempre!
"para uma vida sem frescura"

xDD

Sejam sempre felizes na sua insanidade!

domingo, 27 de setembro de 2009

Let it be.

A água que caía era mais fria e gostosa que o normal. Isso era definitivamente anormal.
Porque foi diferente. Foi diferente porque ela havia feito diferente.
Mas era justamente isso o que ela queria [e precisava], pois há sempre um momento em que ser além do que você é se faz necessário.
Ela já havia pago seus pecados. Ela já havia suportado muita água gelada misturada às lágrimas quentes.

Ela não chegou em casa aos pulos, não foi correndo contar para a mãe. Já havia errado muito por se expor. Tesouros não são feitos para serem expostos, imagine então os tesouros do coração.
Ela se resignou, contentou-se em dar um boa-noite cansado e satisfeito, dizer alguma coisa, mostrar que [enfim] estava tudo bem. O 'bem' estava ali, guardado com muito carinho. Era de fato um tesouro.

Porque o 'bem' não era a felicidade. Era a paz. A felicidade era algo que ela conhecia bem, e era tão bom quanto traiçoeiro, e nunca se sabe a hora em que ela irá embora.
Mas a paz não, era diferente de tudo, como um prêmio ou simplesmente o mercúrio que curaria grande parte das suas feridas. Mesmo que ela dure pouco, ainda haverá aquele fio de esperança só por ter conhecido aquela paz. A esperança de voltar a tê-la.

E não houve arrependimento, não houve culpa. Para quê se culpar de algo que fez, que deveria ter sido feito? Era a retirada de um peso nas costas. Sem culpa, sem sentimentalismo, só aquela leveza interior que não precisa ser mostrada, só precisa ser compreendida, e isso era importante para que ela se sentisse de alma lavada, livre de qualquer sentimento ruim, e até mesmo bom. E isso era muito satisfatório.
Por isso, ela se sentia bem porque ela não dormiria feliz. Ela dormiria em paz.

CARACA!!!

A gente nem notou, o blog vai ficar de mau com a gente u.u
Mas essa joça (perdon bloggeeee ç_ç) completou seu um aninho de idade.
Sua coisa velha. XD~

E nós, os criadores anciões dessa po...er.. tá, sem palavrões... nem notamos.
Que pena ne
Mas é isso;

FELIZ ANIVERSÁRIO INSANOOOOOOSS!!!
Assopre suas velinhas de pixeis e cresça como o bom e grande blog que você é!!!


Insanos nasceu no dia 8 de Setembro de 2008 em alguma hora que eu não me lembro, mas foi por aí. De início tinha muita foto e muita sacanagem. (É ARTHUR! AQUELA FOTO DO PELADÃO ANDANDO DE BICICLETA!!!)

Nuffer, querida!!! Você não é uma anciã! Mas é a que mais atualiza esse nosso diário de loucuras.

Bem, paro por aqui

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Metodo de Ensino nas Escolas

Esse método de ensino me irrita profundamente. Alguém pode me dizer pra que serve uma prova? Pra eu me ferrar né?
Sou muito mais avaliarem as pessoas dentro de sala, no desempenho durante o ano. Poque tem muita gente aí que se esforça, estuda em sala e as vezes não tira nota boa nas provas, não porque quer, as vezes sim, as vezes não. Mas as vezes ocorrem coisas que te fazem não estudar. E esse pequeno momento em que você não estudou, te ferram pro resto da tua vida.
Então se eu sei a matéria, sou uma boa aluna, presto atenção nas aulas, faço as atividades, e por um motivo mais não estudo, ou até estudo e na hora da bendita prova acontece algo e eu não lembre, eu tiro zero por causa disso? Por causa de um unico momento.
Sinceramente não acho isso justo, pois tem muita gente ai que num faz porra nenhuma em sala, só bagunça, não presta atenção, ai decora a matéria da prova e vai lá e passa, e quanto mais com as recuperações que você fica com a nota que você tirou. E quem é esforçado, não atrapalha nas aulas só se fode?
Não acho isso justo, NÃO acho mesmo!
Acho que deveriam rever os conceitos, e ver que o importante é as pessoas entenderem as coisas, não o quanto tiram nas provas, e sim o que elas sabem...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sobre o NÃO pensar.

SITUAÇÃO I:
Fazer pirueta na ponta é uma das muitas coisas difíceis do ballet. Você nunca sabe se tem que girar ou subir na ponta, porque fazer as duas coisas [que é o certo] é quase um milagre. Um dos muitos dias em que não consegui fazer uma pirueta, uma colega que estava do meu lado vendo meu esforço disse: 'é só pensar que você tem que subir'. E não é que, na vez seguinte, eu consegui?

SITUAÇÃO II:
Outro dia, na aula de música, meu professor quis que eu repetisse as notas do piano, cantando. Eu me concentrava, mas assim mesmo errava, sei lá o porquê. Aí ele disse: 'sente o som, não pensa na nota, só sente a música'. E não é que eu consegui?

SITUAÇÃO III:

No MSN sempre tem aqueles amigos que adoram conversar, mas nunca tem assunto [eu sou uma deles]. E ainda inventei de conversar com um amigo assim também. Aí um dia eu falei pro cara 'anda, puxa assunto'. Ele: 'eu não consigoo'. Eu: 'por quee?'. Ele: 'porque não faço nada sob pressão...'.


Na vida eu tenho que pensar e não pensar. Pensar dói e não pensar às vezes é necessário. Muita gente confunde pensamento com concentração, e isso é muito comum. Não sei muito sobre isso, mas todo dia tento compreender, e o máximo de conclusão a que eu cheguei foi que há uma linha tênue entre essas duas ações.
Penso que a melhor maneira de chegar a essa conclusão é exercendo algum tipo de arte ou algo que você tenha que sentir para fazer: dançar, escrever, tocar, pintar ou até mesmo conversar. Talvez seja pelo fato dessas ações não virem só do cérebro, mas também do coração. E a gente manda no coração por acaso? Pois é.
Eu não sei explicar. Quando você se concentra, você sente, e não pensa por isso. Por exemplo, quando você vai cantar, você se concentra na música e cria uma espécie de 'relação' com ela, é o chamado 'envolvimento'. Parece que cada nota, instrumento, o clima, a plateia, o dia, a noite, tudo se une para que você cante, porque sua voz meio que se entrelaça com tudo isso, criando uma espécie de harmonia, e talvez por isso a música seja algo realmente envolvente.

Mas estou só imaginando. Eu não sei cantar, não sei mesmo. Mas nos últimos tempos tenho observado de perto o mundo da música, e você pode ver isso a partir da expressão dos músicos. A maioria deles canta de olhos fechados e fazem aquela cara de orgasmo [sério, nao to brincando] quando cantam. Até porque arte também pode ser uma espécie de êxtase, que muitos pensam que só atingem quando possuem alguém.
Daí vem os olhos fechados dos cantores, a sensualidade realista dos dançarinos, o choro fácil e a alegria contagiante dos atores, porque eles estão se concentrando ao máximo, não para fazer o que lhes é imposto, mas fazer o que eles sentem, e por isso sabem. Por isso pessoas não fazem arte por fazer, mas porque entendem a mensagem que querem passar, compreendem que nada do que eles fazem é em vão e pode dar um sentido diferente à emoção das pessoas. Basicamente, se concentrar não é pensar, é sentir. Só.

E quando você pensa? Bem, tenho uma teoria: pensar requer uma outra concentração, a concentração em uma coisa só. Porque por exemplo, quando você quer escrever e fica pensando 'tenho que escrever, tenho que escrever' e fica 'caçando' assunto na sua cabeça, algo por lá se fecha. Por quê? Não sei, acho que você pressiona seu cérebro a fazer algo, de modo que só ele trabalhe, e não deixe seus sentidos, a sua alma e seu coração trabalharem livremente. Porque quando você pensa, você não está muito de acordo com o que há à sua volta, mas sim ao que está na sua cabeça [que é algo que você está procurando], pois você não consegue abrir sua mente para que as ideias fluam em seu sentido natural, mas sim o sentido que o seu cérebro requer, que pode ser mais rápido do que a inspiração e criação, já que é mais exigente e concreto.

Só tem um problema sobre minhas opiniões: eu defendo o lado da concentração, e não o pensamento. A concentração é passional e humana, enquanto o pensamento é exato, como a matemática. Então eu queria que vocês pensassem nesse post e, se tiverem uma mente mais exata do que 'humana', pudessem debater sobre o pensamento, pois ele não é algo prejudicial, como parece que foi descrito aqui. Mas atenção: o pensamento só é prejudicial dentro do mundo passional. Na vida, o pensamento se faz bastante necessário para a construção da ética e da cidadania, enquanto muitas pessoas que possuem uma mente altamente passional dizem o que querem, e ouvem o que não querem.

Mas penso nisso e na Situação I que descrevi acima... como foi que eu consegui fazer a pirueta, se eu estava só pensando em subir? Acho que foi um milagre, ou simplesmente, com o pensamento de subir, tenha adquirido coragem para fazer o que eu quero. Mas então peraí: a concentração não anda junto com o pensamento em si, mas anda junto com a autoconfiança?

Bem... essa discussão fica para outro post ;D


"O que passa pela sua mente quando está dançando?
- Eu não penso. Pensar é o maior erro que um dançarino pode cometer. Você tem que SENTIR. Você se torna a base, o clarinete, a bateria, se torna os instumentos... você se torna a música fisicamente."
(Michael Jackson em entrevista a Martin Bashir no documentário"Living With Michael Jackson", 2002)

Escrever

Escrever sempre foi um desafio pra mim. As vezes estou super inspirada e escrevo coisas lindas, outras vezes nem tanto.
Escrever pode ser muito bom, um tipo de terapia, onde você desabafa, coloca tudo que esta te incomodando pra fora.
Agora quando for pra escrever por obrigação não é tão bom assim...
Mas mesmo assim, escrever ainda é como uma magia, você consegue formar palavras, que expressão quem você é, como você está se sentindo.
Só imagino o dia em que não conseguir mais isso, acho que a vida ficará sem sentido... Espero poder pelo menos falar, nem que seja sozinha, mas falar, para a magia continuar de algum jeito. Magia esse que me mantem viva.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Insaniando

Sempre "insaniando" pela multidão,
Fui marcando meus passos pelo chão.
Sentindo o vento em minhas mãos,
E no meu cérebro um furacão.

Ser insano é diferente do normal.
É ser um eterno cara de pau,
É enfrentar a vida sem se dar conta de que é mortal,
E tentar ser feliz seguindo sua moral.

Ser insano não é se perder em devaneios;
não é ser sempre alheio.
É mais querer um novo meio
de ver as pessoas aceitando a loucura sem receio.

Vamos "insaniar" pela multidão, venham comigo;
Assim é mais fácil criar nosso abrigo.
Dessa forma não corremos perigo.
Faça de um insano seu melhor amigo.

Porque insanidade é vida.
Insanidade não nos abandona; nunca impõe uma partida.
Se, assim como eu, você tem uma ferida;
A insanidade vai sempre te manter de cabeça erguida.

Sejam sempre felizes na sua insanidade!;]

sábado, 19 de setembro de 2009

Saudade da Vergonha.

É, da vergonha. Aquilo que amedronta e paralisa, impede uma briga ou uma declaração de amor.
Mas também impede o escancaramento, se é que me entende.
Se bem que não é a minha. Já tive vergonha demais nessa vida e ainda me restou muita. O que eu falo é vergonha dos outros. Ela pode ser ilusória [de uma época que não vivi] ou alheia. Mas é vergonha.

Tenho saudade da vergonha de brigar, o que fazia com que a briga fosse sinal de baixaria e gente sem educação, em vez de pessoa forte e que luta pelo que quer, só que com socos e pontapés.
Tenho saudade da vergonha que as mulheres sentiam só por mostrar o tornozelo ou um pequeno decote, o que trazia magia e mistério àqueles corpos dentro de espartilhos bonitos.
Tenho saudade da vergonha das pessoas contarem sobre sua vida pessoal, sexual ou higiênica, o que trazia conversas mais limpas à mesa e reunião de amigos.
Tenho saudade da vergonha de aparecer com nota baixa em casa, de modo que os alunos se esforçavam mais para não ficar de castigo.
Tenho saudade da vergonha de beijar na boca em público, que hoje em dia faz com que beijo não satisfaça, mão no pescoço não satisfaça, mão na bunda não satisfaça, e sempre há um assédio a mais pelas ruas.
Tenho saudade da vergonha de ser gorda e usar calças jeans, e ainda de cós baixo.
Tenho saudade da vergonha de amar, o que fazia com que as pessoas pensassem duas vezes antes de sair proferindo 'eu te amo's por aí.
Tenho MUITA saudade da vergonha de gostar de Michael Jackson, de modo que as pessoas que realmente amavam ele não se misturavam aos posers.
Tenho saudade da vergonha de ser criança, de querer crescer rápido, e ter um comportamento orgulhosamente contrário ao das adolescentes que parecem ter conservado seus oito anos.
Tenho saudade da vergonha que os gays tinham em se revelar, de modo que o mundo era mais esperançoso, e sem assuntos constantes que envolvam orifícios, gírias e olhos horrivelmente femininos.
Tenho saudade da vergonha de se mostrar, de se escancarar, da mania de querer recuperar o tempo perdido e assim, acabar exagerando. Porque aí eles não possuem vergonha. Quem tem vergonha sou eu, vergonha alheia, pelas pessoas quererem usar alto-falantes sem motivo. A vida parece bem melhor ao pé do ouvido, na minha opinião.

Uma tranquilidade insana


Maluco que insanidade
passo 2semanas sem olhar o blog
e insanamente ja escreveram pra cima de 80 posts O-o
tinha de ser insano mesmo...tudo bem que somos 5usuarios pra 1blog
mas 80% dos que eu vi são da nuffer @_@
maluuuuuuuuuuuuuuuuco
to ficandoooooooooooooooooooooo llllloooooooooooooooooooouco
mas pera....eu ja sou louco?ou será que não?
insanidade é loucura?loucura é insanidade?
tem diferença ou é igual?ou será que diferentemente igual ou igualmente diferente?
@_@ vcs me poem de ponta cabeça....
ou é de cabeça na ponta??

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ok, hoje não tem histórias, ou poesias, ou sátiras, ou críticas, ou nada..
Sou eu que estou escrevendo, sem ter uma ideia nem nada.
Como puderam ver, não escrevo muito sobre meus sentimentos e tal, gosto de por textos e outras coisas aqui.
Também notam que não sou de postar com muita freqüência, mas quando começo, acabo tendo pelo menos um mês ou duas semanas só para mim.
Sabe o que é? Aqui me sinto mais livre para escrever qualquer coisa, banal ou não, que venha em minha mente. Meus sentimentos aqui não são extremamente postos... Para eles tenho as minhas "Histórias".
E mesmo assim são poesias e textos, porém todos representando meu "eu"... Aquele que não mostro por aqui.

Legal! Um desabafo!!

Contudo, não deixo de tirar a profundeza das palavras que ponho neste grande diário virtual. Tudo, ou nada, que escrevo aqui há algum sentido.. Desde as cantigas de infância e poemas de livros de contos considerados infantis; até críticas com vocabulário chulo, zoações e textos de triplo sentido.
Não é a toa que vejo esse blog de forma interessante para se expressar não o que sentimos totalmente, mas o que queremos gritar para o mundo ouvir e reprimimos dentro de nós mesmos.
Cada um aqui tem sua característica!!!

Nuffer com seus longos textos falando sobre sua vida, que por sinal é tão profundo quanto o mais fundo lago em que tentamos chegar ao limite.

Arthur com a sua loucura de textos referidos à músicas e aos acontecidos de um dia-a-dia tão insano e sua assinatura no final sempre com uma cor chamativa. (Sim! Dói os olhos mas é legal!)

OQTP por sua fantasia em versos nem sempre rimados, mas bem organizados.

Ayla por sua natural ausência de palavras XD

Eu com meus posts coloridamente organizados.

Pode ver que tudo aqui não segue um padrão de textos certos e bonitinhos, mas sim segue o gosto de cada um, mesmo sendo todos diferentes.

Por isso gosto daqui.
Vejo que posto mais aqui que no "Histórias", tenho lá meus motivos... Os verdadeiros sentimentos não são facilmente postos em palavras, já que eles precisam soar em cantos e vozes e brilhar nos olhos. Aqui é a expressão pelo que temos, tanto em revolta a sociedade quanto aos nossos maravilhosos e confusos pontos de vista!!!

Bem, é isso.
Estava pensando em deixar esse texto em branco, mas aí o que seria daqui se não colocasse cor nas palavras.
Já que elas também refletem isso.


Bem, pessoal. Olvide o desabafo.
Beijos~

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Liberdade

"Então pulei o muro sem olhar para baixo e caí no abismo.
...
Ora! Acabaria fazendo isso também caso quisesse fugir de uma fortaleza! Te odeiam! Te odeiam! E o que se espera do outro lado é o que mais quer! Mas não podia sair pelos portões principais... Mui menos pelos fundos.
...
Abri os braços sentindo a queda e o vento cortar minhas faces.
...
Mas sabe qual o problema? Essa maldita fortaleza só tinha dois caminhos! O dos portões principais e o dos fundos. O resto a volta não tinha terra.. Era a queda.
...
Fechei os olhos e as lágrimas rolaram.
...
Se eu ficasse lá, tentariam me matar. Se me vissem ir para uma das saídas, tentariam me matar. Se eu falasse com o rei, tentariam me matar. Então pulei o muro!!! Mesmo sabendo que ia cair.
...
E imaginei.
...
Difícil foi a escalada, pois malditos são esses muros altos de fortalezas. Tentaram me dar flechadas, tentaram me derrubar, apontaram para mim. Finalmente!!! Fui o centro das atenções! Então pulei! Adeus, mundo por trás da fortaleza!! Olá mundo fora desses muros!!
...
Então voei para longe, pairei no ar e voei na liberdade que me dei... Só por pular o muro."

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Marcha dos mortos


Um garoto vai à escola
Incapaz de aprender
Porque tudo o que ele come é a merenda escolar...
O seu lanche é quase nada
Farinha superfaturada
Mas quem desviou a grana come caviar

Na porta do Congresso
Acontece um protesto
Só que ninguém vê a grande multidão

É o protesto das almas
Daqueles que se foram
Por falta do dinheiro da corrupção

(Refrão)
Me diga, Vossa Excelência
Como é que o senhor consegue dormir?
Como se dobra a consciência...
Pra se sujar de sangue e não sentir?

Na porta de um hospital
Um doente passa o dia
A espera do atendimento que não vai chegar

Um figurão usou a verba
Pra pagar sua cirurgia
De rejuvenescimento e implante capilar

E o protesto dos mortos
Enche a Praça dos Três poderes
Se expande até os palácios
E segue invisível
Invade ministérios
Em busca do impossível
Se expande até os palácios
E segue invisível
Invade gabinetes
Em busca do impossível
Em busca de Justiça...

estas palavras não são minhas,mas acredito que vocês por serem insanos iram gostar e intender
então resolvi postar.

domingo, 13 de setembro de 2009

Para ler, se divertir e refletir PARTE III

Terceira parte do conto 'A Mensagem' de Clarice Lispector. Leia a primeira parte aqui e a segunda parte aqui.

Lembrem-se de que o conto NÃO ESTÁ NA ÍNTEGRA NESTES POSTS e pode ser encontrado no livro "Felicidade Clandestina" de Clarice Lispector, da Editora Rocco.

"...Aliás, não aprofundavam nada, como se não houvesse tempo, como se existissem coisas demais sobre as quais trocar ideias. Não eprcebendo que não trocavam nenhuma ideia.
Bem, mas não era apenas isso, e nem com essa simplicidade. Não era apenas isso: nesse ínterim o tempo ia passando, confuso, vasto, entrecortado, e o coração do tempo era o sobressalto e havia aquele ódio contra o mundo que ninguém lhes diria que era amor desesperado e era piedade, e havia neles a cética sabedoria de velhos chineses, sabedoria que de repente podia se quebrar denunciando duas caras que se consternavam porque eles não sabiam como se sentar com naturalidade numa sorveteria: tudo então se quebrava, denunciando de repente dois impostores. O tempo ia passando, nenhuma ideia se trocava,e nunca, nunca eles se compreendiam com perfeição como na primeira vez em que ela dissera que sentia angústia e, por milagre, também ele dissera que sentia, e formara-se o pacto horrível. E nunca, nunca acontecia alguma coisa que enfim arrematasse a cegueira com que estendiam as mãos e que os tornasse prontos para o destino que impaciente os esperava, e os fizesse enfim dizer para sempre adeus.
Talvez estivessem tão prontos para se soltarem um do outro como uma gota de água quase a cair, e apenas esperassem algo que simbolizasse a plenitude da angústia para poderem se separar."

Bem, o resto está no livro, foi só para vocês conhecerem um pouco do conceito detalhista de Clarice, sobre a alma e o cotidiano. Bom domingo!

Para ler, se divertir e refletir PARTE II

Continuação do conto 'A Mensagem' de Clarice Lispector. Se não leu a primeira parte, ela ta no post anterior a este.

"...Eles apenas concordavam no único ponto que os unia: o erro que havia no mundo e a tácita certeza de que se eles não o salvassem seriam traidores. Quanto a amor, eles não se amavam, era claro. Ela até já lhe falara de uma paixão que tivera recentemente por um professor. Ele chegara a lhe dizer - já que ela era como um homem para ele - , chegara mesmo a lhe dizer, com uma frieza que inesperadamente se quebrara em hosrrível bater de coração, que um rapaz é obrigado a resolver 'certos problemas', se quiser ter a cabeça libre para pensar. Ele tinha dezesseis anos, e ela, dezessete. Que ele, com severidade, resolvia de vez em quando certos problemas, nem seu pai sabia.
O fato é que, tendo uma vez se encontrado na parte secreta deles mesmo, resultara na tentação e na esperança de um dia chegar ao máximo. Que máximo?
Que é, afinal, que eles queriam? Eles não sabia, e usavam-se, como quem se agarra em rochas menores até poder sozinho galgar a maior, a difícil e a impossível; usavam-se para se exercitarem na iniciação; usavam-se impacientes, ensaiando um com o outro o modo de bater asas para que enfim - cada um sozinho e liberto - pudesse dar o grande voo solitário que também significaria o adeus um do outro. Era isso? Eles se precisavam temporariamente, irritados pelo outro ser desastrado, um culpando o outro de não ter experiência. Falhavam em cada encontro, como se numa cama se desiludissem. O que é, afinal, que queriam? Queria aprender. Aprender o quê? eram uns desastrados. Oh, eles não poderiam dizer que eram infelizes sem ter vergonha, porque sabiam que havia os que passavam fome; eles comiam com fome e vergonha. Infelizes? Como? se na verdade tocavam, sem nenhum motivo, num tal ponto extremo de felicidade como se o mundo fosse sacudido e dessa árvore imensa caíssem mil frutos. Infelizes? se eram corpos com sangue como uma flor ao sol. Como? se estavam para sepre sobre as próprias pernas fracas, conturbados, livres, milagrosamente de pé, as pernas dela depiladas, as dele indecisas mas a terminarem em sapatos número 44. Como poderiam jamais ser infelizes seres assim?
Eles eram muito infelizes. Procuravam-se cansados, expectantes, forçando uma continuação da compreensão inicial e casual que nunca se repetira - e sem nem ao menos se amarem. O ideal os sufocava, o tempo passava inútil, a urgência os chamava - eles não sabiam para o que caminhava, e o caminho os chamava. Um pedia muito do outro, mas é que ambos tinham a mesma carência, e jamais procurariam um par mais velho que lhes ensinasse, porque não eram doidos de se entregarem sem mais nem menos aos mundo feito.
[...]
Ambos tinham, na verdade, repugnância pela maioria das palavras, o que estava longe de facilitar-lhes uma comunicação, já que eles ainda não haviam inventado palavras melhores: eles se desentendiam constantemente, obstinados rivais. Poesia? Oh, como eles a detestava. Como se fposse sexo. Eles também achama que os outros queriam caçá-los não para o sexo, mas para a normalidade. Eles eram medrosos, científicos, exaustos de experiência. Na palavra experiência, sim, eles falavam sem pudor e sem explicá-la: a expressão ia mesmo variando sempre de significado. Experiência às vezes também se confundia com mensagem. Eles usavam ambas as palavras sem aprofundar-lhes muito o sentido.

Para ler, se divertir e refletir

Hoje é domingo, dia de ressaca e de comer bolo da festa do dia anterior.. um calor danado e a vontade de postar alguma coisa, mas nao to nem um pouco a fim de falar sobre mim.

Este post é em homenagem a Arthur, que disse que nunca leu Clarice Lispector, e vou dar a ele e a voces a oportunidade de conhecer um pouco da obra dela... porque eu definitivamente me APAIXONEI por este conto.
Vou colocar um 'pequeno-grande' trecho do conto, que é enorme, e acho que não vai dar para postar tudo aqui [vai demorar anos até digitar tudo ou achar na internet e..]. Acho que vou ter que dividi-lo em posts, mas acho que vale a pena.
O conto se chama...

A MENSAGEM

"... A palavra angústia passou a tomar aquele tom que os outros usavam, e passou a ser um motivo de leve hostilidade entre ambos. Quando ele sofria, achava uma gafe ela falar em angústia. 'Eu já superei esta palavra', ele sempre superava tudo antes dela, só depois é que a moça o alcançava.
E aos poucos ela se cansou de ser aos olhos dele a única mulher angustiada. Apesar disso lhe conferir um caráter intelectual, ela também era alerta a essa espécie de equívocos. Pois ambos queriam, acima de tudo, ser autênticos. Ela, por exemplo, não queria erros nem mesmo a ser favor, queria a verdade, por pior que fosse. Aliás, às vezes tanto melhor se fosse 'por pior que fosse'. Sobretudo a moça já começara a não sentir prazer em ser condecorada com o título de homem ao menor sinal que apresentava de... ser uma pessoa. Ao mesmo tempo que isso a lisonjeava, ofendia um pouco: era como se ele se surpreendesse de ela ser capaz, exatamente por não julgá-la capaz. Embora, se ambos não tomassem cuidado, o fato dela ser mulher poderia de súbito vir á tona. Eles tomavam cuidado.
Mas, naturalmente, havia a confusão, a falta de possibilidade de explicação, e isso significava tempo que ia passando. Meses mesmo.
E apesar da hostilidade entre ambos se tornar gradativamente mais intensa, como mãos que estão perto e não se dão, eles não podiam se impedir de se procurar. E isso porque - se na boca dos outros chamá-los de 'jovens' lhes era uma injúria - entre ambos 'ser jovem' era o mútuo segredo, e a mesma desgraça irremediável. Eles não podiam deixar de se procurar porque, embora hostis - com o repúdio que seres de sexo diferente têm quando não se desejam -, embora hostis, eles acreditavam na sinceridade que cada um tinha, versus a grande mentira alheia. O coração ofendido de ambos não perdoava a mentira alheia. O coração ofenido de ambos não perdoava a mentira alheia. Eles eram sinceros. E, por não serem mesquinhos, passavam por cima do fato de terem muita facilidade para mentir - como se o que realmente importasse fosse apenas a sinceridade da imaginação. Assim continuaram a se procurar, vagamente orgulhosos de serem diferentes dos outros, tão diferentes a ponto de nem se amarem. Aqueles outros que nada faziam senão viver. Vagamente conscientes de que havia algo de falso em suas relações. Como se fossem homossexuais de sexo oposto, e impossibilitados de unir, em uma só, a desgraça de cada um."

Continuação no próximo post.

sábado, 12 de setembro de 2009

Briga de Interior.

Não provoque, não provoque, é golpe sujo, vai ser pior para você. Você não fez o que tinha de ser feito, então a culpa é sua, não dele, pois ele fez o que tinha de ser feito.

Mas o que ele fez também não foi certo. Tirar uma conclusão errada e usá-la como arma é um golpe sujo, e não foi isso o que ele fez? Foi. Você tem todo direito de machucá-lo também.
Machucá-lo... isso SE você conseguir. Às vezes ele consegue se convencer de forte, mas...

Em todo caso, não é uma boa ideia. Ele fará algo pior, ou assim sua cabeça-oca de menina pensará, de modo que sua maior tortura seja a sua própria consciência. Como a consciência pesada por ter ferido um anjo.

Um anjo não erra, mas este errou. Logo, nem é um.

Você também não é. Assim, vão errar quantas vezes for necessário, é óbvio, é natural.

Anda, vamos lá. Bata, machuque, faça cara de choro, que talvez ele venha correndo te abraçar no dia seguinte, não é isso o que ele faz com as outras? O quê? A raiva já está passando? Sem surpresa.

Esqueça a história. Não faça cara de choro, ele sabe que você não é de chorar na frente de ninguém. Não amarre a cara. Mas não sorria se não puder. Ele não merece mesmo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O Primeiro Do Resto dos Dias Como Uma Violinista da ONG Orquestrando a Vida

Perguntei, xeretei, pedi, enchi o saco, mas consegui: abriram uma turma nova de orquestras no Centro Cultura Musical de Campos, e hoje me tornei uma violinista participante da Orquestra-Escola B da ONG Orquestrando a Vida.
Eu sou fã desse projeto: são crianças e jovens carentes e de escolas públicas que, através da música, tornam-se pessoas melhores, pois além das notas musicais, eles aprendem a ter respeito, compostura, e, claro, cultura. E o projeto funciona mesmo há mais de dez anos, ganha vários prêmios e tem reconhecimento por grande parte da América do Sul, e pretende expandir essa média. A ONG passou por dificuldades, e no ano passado, por falta de verba do governo, as portas da ONG se fecharam por um tempo, pois os professores não estavam recebendo, não havia como organizar excursões, seminários e tal. Mas tudo acabou bem e as orquestras estão funcionando novamente, com cada vez mais alunos. Minha mãe tornou-se a fotógrafa oficial das apresentações das orquestras e, agora, espero fazer parte desse projeto por algum tempo, até porque tanto alunos particulares ou bolsistas podem se integrar à orquestra.

Aí hoje foi o meu primeiro dia de aula, mas o povinho ja tinha tido aula na semana passada. A aula era dada numa espécie de sala improvisada apelidada de 'carneirão' [sei lá porque]. Não era nenhum luxo, aliás, o casarão onde é a escola de música não é nenhum castelo, mas isso não importa, pois o som que sai de lá é melhor que muito apartamento de luxo onde mora qualquer playboy baterista.
Mas deixa eu contar uma coisa: nunca fiquei tão perto de tanta gente, hum, desfavorecida. Se é preconceito? Não sei. Meus avós paternos moram lá longe numa casa nada chique e já trabalharam na lavoura, e eu faço um comentário desses? Mas cara, é diferente. Até porque, eu nem convivo tanto com meus avós, infelizmente. E é diferente, sei lá... é estranho estar perto de pessoas que você fica imaginando onde moram, como vivem e como fizeram para chegar até ali. Não to dizendo que é ruim, é até bom, tem pessoas de todas as classes e cores, e os negros predominam ali, e me fez pensar no conceito de gente pobre. Não que gente negra queira dizer gente pobre, pelo amor de Deus.

Só falta algum engraçadinho vir reclamar, dizendo que estou falando algo ruim só por ressaltar pessoas pobres. Olha aqui, ser pobre não é maldição, é um destino ou uma escolha. Até porque, não falo de pobre de jóia, mas pobre de espírito.
Uma violinista de doze anos, negra, usava um decote deste tamanho [mostrando seios grandes demais para a idade], mais enfeites no cabelo do que podia e brincos enormes e brilhantes, e chinelo de dedo, é pobre. Mas a menina mais rica da minha sala, morena, que ouve pagode, tem um palavreado chulo e berra só para pedir um copo d'água também é pobre. Se eu tivesse metade do dinheiro dela, eu compraria todos os instrumentos musicais que pudesse. Mas se eu tivesse metade da classe dela, eu me matava.
Se bem que a menina de seios grandes e penduricalhos na cabeça era bem legal. Tinha as suas gírias de 'mano', mas tinha uma educação maior que a menina rica la da sala. To falando, a garota rica é mais pobre que a minha colega de violino pobre.

Eu fiquei o tempo inteiro observando as crianças que estavam ali, imaginando de onde vieram, onde estudavam... algumas estavam de uniforme, o conhecido uniforme cinza e azul de escola pública. Tenho que dizer que a educação não era o que eu esperava, havia pirralhos mal-educados, e respondões, claro. Mas a reação dos professores era esperada: era preciso ter pulso firme. Depois de uns minutos de aula, em vez delas falarem alguma besteira, elas estavam assobiando ou cantando as notas que acabavam de aprender. Era satisfatório, mas ainda tinham alguns que relutavam.

Eu era a mais velha na turma dos primeiros-violinos. Se bem que os garotos que tocavam trompete e contrabaixo pareciam ter uns 18 anos. E de longe, eu era a que tinha mais cara de quem tinha vindo de carro e tomado banho 15 minutos antes de estar ali.

Eu não tinha medo do povinho desconhecido da minha sala, mas sim do povo da Orquestra Jovem, que além de conhecerem mamãe, ainda conhecem meu rosto. Eles olham para mim uma grande parte do tempo, acho que esperam alguma reaçao minha. Tem um garoto contrabaixista que eu gosto muito, vocês não tem noção de como ele toca bem, mas quando ele me olha, é com cara de poucos amigos, ou é o que parece. Meu maior medo é de que, por eles saberem quem eu sou, eles achem que eu serei mais uma riquinha que acha bonitinho tocar violino e está ali porque acha divertido o mundo em que a mãe dela agora vive. Pode parecer meio bobo, mas eu tenho muito medo disso. Lá há gente rica, claro, mas é diferente quando você não conhece ninguém e ninguém te conhece, o que não é o meu caso, o que faz com que as pessoas ouçam sobre mim e fiquem imaginando, 'ooh, a filha de Anaceli é linda, é bailarina, faz isso, isso, isso e agora faz violino e blá...'. Ainda mais quando eu apareço de coque e calça bailarina por lá. Dá pra sentir o olhar daquele contrabaixista chato. Hoje eu gelei quando descobri que ele estava atrás de mim, olhando pela janela do Carneirão. Se eu estava tocando bem, nem sei. Meu violino emprestado já não era bom...

Sei lá. Há ainda muito o que aprender, principalmente como me comportar por lá. É completamente diferente do mundo em que eu vivo, onde há meninas que sabem o que é um iPod e um grand jeté, e meninos que têm tênis da Nike comprados pelos pais nos EUA. Mas também é diferente pela alegria que aquelas pessoas simples têm, e uma bagagem cultural maravilhosa, misturados a gírias, linguagens e costumes muitas vezes engraçados, sem serem vulgares, ou, preconceituosamente falando, pobres. Mas pobre aquele povo não é, não. Pobre ali sou eu, pelo menos enquanto eu não souber tocar Chorale direito.

Sobre ler, escrever e pensar.

Vontade danada de escrever, e não sei sobre o quê. Meus [poucos] leitores devem achar que eu sou uma pessoa mergulhada na dor e na solidão, só porque os posts são SÓ sobre isso, já devem ter reparado.
Ah, não é assim. Mas não sei, acho que há algo de mecânico quando escrevo sobre algo engraçado ou mais alegre, ou informativo. Na verdade eu acho mesmo que não sei escrever, embora alguns digam o contrário. A verdade é que eu só sei escrever sobre mim, porque acho que é aquele negócio, eu não vivo para escrever, mas sim escrevo para viver. Pode-se dizer que, escrevendo, eu penso melhor sobre mim, e isso não é ruim, mas também não é bom.

Mas talvez seja essa a essência de escrever: o pensar. Pode ser uma conclusão meio óbvia, mas não é, é que eu não sei explicar. Nos últimos tempos, além de escrever para pensar, resolvi ler para pensar, ler até o cérebro doer, pois apesar de ler muito, eu não absorvo cada livro que eu leio, apesar de eu me lembrar deles. Mas decorar um livro é diferente de entender.

Hoje no almoço [tenho o péssimo costume de me alimentar com um livro no colo] estava lendo um livro de crônicas de Clarice Lispector e estava pensando nisso. A primeira frase da contracapa do livro descrevia bem a autora: "Uma escritora determinada a desvendar as profundezas da alma. Esta é Clarice Lispector que blablabla...". A cada dia que leio, a admiro mais, mas me decepciono com algumas coisas. Não sei se é o meu cérebro ou se é assim mesmo, mas não gosto muito dos livros dela, e sim das crônicas.

Todo mundo sabe que a alma é algo profundo e ilimitado, e gosto muito do jeito dela expressar isso, mas o único livro dela que tive paciência de terminar foi 'A Hora da Estrela' [tenho esse e 'O Lustre'], e isso porque é o livro mais fininho dela, e mais simples. Eu o recomendo, apesar de ter odiado o final, o que não é surpresa, porque eu odeio finais. Sei lá, a impressão que eu tenho é de que os autores escrevem os finais de um jeito rápido e mal elaborado, como se tivessem pressa de terminá-lo. Parem de ler os livros duas páginas antes do final e não se decepcionarão com eles, ainda mais esse aí que eu disse.
Por outro lado, adoro as crônicas dela. Quando há um limite de palavras, as ideias são mais claras e sem redundância, e isso sem perder a magia. Sem contar que a maioria das crônicas possuem finais por conta do leitor, o que deixa as crônicas sem um final concreto, o que melhora o aspecto da história. Talvez seja por isso que só escrevo sobre sentimentos ou sobre mim mesma, pois não sei contar histórias nem colocar um final decente nelas, até porque o que eu sinto não tem fim [poético isso ¬¬]

Mas não só o final é algo que me incomoda: é o livro inteiro. A-DO-RO Clarice Lispector, tipo, descobri que penso que nem ela, a diferença é que não coloco essas ideias no papel por não saber como. Mas se eu pudesse reescrever os livros dela, teria um pouco menos de redundância, porque assim facilitaria a filosofia dele. E não, não perderia a graça, juro por Deus. Teve uma vez que tive que pegar um papel e reescrever uma frase inteira dela e organizá-la, só pra poder entender o que queria dizer. Um exercício danado.
Quando você acha coragem para ler um livro dela, você passa por um período de exaustão e preguiça, ainda que o livro seja perfeito. Porque cansa, cara. Não estou falando para desencorajar ninguém, pois o que a humanidade precisa ler Clarice Lispector, mas porque você precisa ler uma linha várias vezes para entender o que ela quer dizer. E isso não é ruim, de modo algum. Mas é como exercício de matemática, dá uma dor no cérebro, mas vale a pena.

Outra coisa que estou lendo é um tiozinho chamado Jean-Paul Sartre: "A Idade da Razão". Para ele digo o mesmo sobre Clarice Lispector, embora ao contrario de Clarice, o começo do livro é mega fácil de entender, mas depois vai piorando que só. Piorando não, melhorando. Mas mesmo que eu leia o livro com a maior atenção do mundo, eu acabo indo de um parágrafo ao outro e percebo que o personagem está em outro ambiente e fazendo outra coisa. Uma confusão, de modo que eu tenha que ler duas vezes. Mas é realmente ótimo, e um pouco mais simples. Como já dizia Raphael [o sobrinho da dona do livro]: 'é leitura de macho pra macho'.

Ler e pensar tem sido difícil pra mim, porque eu sou muito distraída. Mas não tem sido ruim. Livros como esses ajudam bastante, são coisas que, embora complexas, você descobre que já teve essa sensação ou pensou algo assim, aquela velha frase que quase ninguém entende, mas que todo mundo sente: 'o gosto do cheiro'. Livros para pensar são um ótimo exercício para você sentir o gosto do cheiro, ainda que seja de páginas velhas e do perfume do personagem principal da história.

Pequenas palavras,de um velho insano



a muito tento ser aquilo que ja nao sei como fazer
aquilo que a muito vim falando,ja nao me cai como antes
insano sou,mas nao sei se ja sou tão insano

a muito perdi aquela insanidade que clamava pra sair
dentro de um pião estrondoso,de volocidade mach7
antes me saia,que parecia um tremor,da escala richter 10

será que a dama da inspiração me largou?
se sim.....ja nao tenho mais nada que me sobresaia...
se não.....aonde terá ido,ó meu amor?

por favor,apareça sobre min,como naqueles dias....
como naquelas horas....minutos...segundos..
naquelas momentos insanos,em que se eu nao tivesse um pc ou algo escrevivel por perto surtaria....
será,que a insanidade é algo acabavel?

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Como manter um nível saudável de insanidade

1) No seu horário de almoço, sente-se no seu carro estacionado, coloque seus óculo escuros e aponte um secador de cabelos para os carros que passam. Veja se eles diminuem a velocidade.

2) Insista que o seu e-mail é Xena.Princesa.Guerreira@nomedaempresa.com.br ou

Elvis.O.Rei@nomedaempresa.com.br.

3) Sempre que alguém lhe pedir para fazer alguma coisa, pergunte se quer que fritas acompanhem.

4) Encoraje seus colegas de sala para fazer uma dança de cadeiras sincronizada com você.

5) Coloque a sua lata de lixo sobre a mesa e escreva "Entra" nela.

6) Desenvolva um estranho medo de grampeadores.

7) Coloque café descafeinado na máquina de café por três semanas. Quando todos tiverem superado o vício a cafeína, mude para expresso.

8) No canhoto de todos os seus cheques escreva "Ref. favores sexuais".

9) Sempre que alguém lhe falar alguma coisa, responda com "isso é o que você pensa".

10) Termine todas as suas frases com "de acordo com a profecia".

11) Ajuste a brilho do seu monitor para o que o nível dele ilumine toda a área de trabalho. Insista com os outros que você gosta desse jeito.

12) Não use pontuações.

13) Sempre que possível, pule ao invés de andar.

14) Pergunte às pessoas de que sexo elas são. Ria histericamente depois que elas responderem.

15) Quando estiver em um drive-thru, especifique que o pedido é para viagem.

16) Cante junto na ópera.

17) Vá a um recital de poemas e pergunte por que os poemas não rimam.

18) Descubra onde o seu chefe faz compras e compre exatamente as mesmas roupas. Use-as um dia depois que o seu chefe usá-las. Isso é especialmente efetivo se o seu chefe for do sexo oposto.

19) Mande e-mails para o resto da empresa para dizer o que você está fazendo. Por exemplo: "Se alguém precisar de mim, estarei no banheiro, na cabine #3".

20) Coloque uma tela de mosquitos ao redor do seu cubículo. Toque um CD com sons da floresta durante o dia inteiro.

21) Com cinco dias de antecedência, avise seus amigos que você não pode ir à festa deles porque não está no clima.

22) Ligue para o CVV e não fale nada.

23) Faça seus colegas de trabalho lhe chamar pelo seu apelido, Duro na Queda.

24) Quando sair dinheiro do caixa eletrônico, grite.

25) Ao sair do zoológico, corra na direção do estacionamento gritando "Salve-se quem puder, eles estão soltos!".

26) Fale para o seu chefe "não são as vozes na minha cabeça".

27) Na hora do jantar, anuncie para os seus filhos: "Devido à nossa situação econômica, teremos de mandar um de vocês embora".

28) Todas as vezes que você vir uma vassoura, grite "Amor, sua mãe chegou!".



Retirado do site: http://www.geocities.com/Hollywood/Land/3290/insani.htm


Olá pessoal! Descubram quem sou eu aqui!

Se notar bem vai ser até fácil, afinal, cada um tem seu jeito de escrever.

Não vou falar muito, só espero que gostem da mudança

Beijos e...

"Sejam felizes em sua insanidade!"

domingo, 6 de setembro de 2009

Au-Au?

Vou voltar...A falar da complexidade da insanidade, a colocar imagens legais nos textos.Porque eu parei com tudo isso aqui?Creio que tenham sido as mudanças na minha vida, a criação do Arthospicionauta que tomou um pouco meu tempo.Mas agora vou voltar com aquilo.E o assunto hoje, é a insanidade dos animais.@_@

Pra quem discorda que os animais são insanos, é porque nunca viram um cachorro na vida.Acho até que é por causa da insanidade que eu gosto tanto deles.Que pessoa que está dentro dos padrões da sanidade, ficaria gritando pra alguém que busina, entra na sua casa, ou brinca com ela?Todos os cachorros(ou quase todos) que eu conheço fazem isso.Isso é coisa de doido!

Outro animal insano?pois não, tenho vários na manga.A formiga, por qual motivo uma pessoa carregaria um troço 10 x mais pesado que ela mesma só pra comer?Não tem como comer nada menor não?

Outro maluco é o gato, porque diabos eles se enfregam nas pessoas?E qual idiota brincaria com uma bolinha de lã?

Essa insanidade presente nos animais é mais uma prova de que ninguém(!), nem mesmo os bichinhos mais fofos, escapam dos padrões da insanidade.Doido mesmo, é quem pensa que não é doido, porque a loucura é inevitável.Como eu coloquei no post anterior:"A loucura não existe", mas "A loucura está em todos os lugares ao mesmo tempo".Só isso já é doido de se ouvir, mas é verdadeiro.A insanidade é uma contradição que estamos longe de entender.

Sejam sempre felizes na sua insanidade!

sábado, 5 de setembro de 2009

A História sem começo nem fim

Era a história deles. Ou pelo menos ela pensava assim.
-Eu odeio essa história - ela disse
-Eu sei.

Ela ficou quieta. Era tão... comum. O incomum do comum. Por que pessoas como aquelas, que sabiam o que estavam acontecendo [e ninguém mais] se comportavam de modo tão... comum? Ele podia ter feito qualquer coisa. Mas não fez. Age como se fosse algo cotidiano, como se outra pessoa estivesse passando por aquela situação. E o que ela podia fazer ao perceber isso? Nada.
Ele continuava vendo aquelas palavras doces e chorosas no ar, mas não as sentia. Ou não era assim que dava a entender.




Sem paciencia para continuar... bjos

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Er... Título? Pra que?? Isso é loucura!

[Randon mode]
Oh, Macbeth! Sujaste tuas mãos como as mãos sujas de Rei Lear, e junto a Hamlet viu Julieta se matar aos braços do Romeu morto pela sua farça de estar morta... Basta ver Shakespeare os escrever e assim tragédias vocês virarão!!
E é claro que depois de tantos Ricardos, Robin Hood fique confuso em qual seja o Coração de Leão... pobre raposa!!
Então levamos Alice pelo país de Maravilhas através do espelho do quarto de leitura de Lewis Carroll, mas cuidado para o espelho não se quebrar!!!
E após isso nos encontramos com Macário conversando com Satã do lado de fora da Taverna onde os libertinos conversam. No mesmo lugar encontramos o vampiro Luar, contando sua história do Clube para seu escritor Kizzy Ysatis. Junto a ele havia uma sibila de longos cabelos vermelhos..
E de Atlântida, após tua queda, passamos pelas Brumas de Avalon para encontrarmos a Filha da Noite sentada na ilha a espera de Marion Zimmer Bradley! Mas não seguirei nunca a estrada com Judas Coyne, para escapar do morto que o persegue junto a Joe Hill, não quero morrer num acidente.
Então viajemos ao Centro da Terra, para visitarmos Drácula em seu castelo, enquanto Sherlock Holmes procura pistas para achar o Frankenstein.
E foi por isso que Van Gogh não pintou sua orelha direita.
Já que Beethoven era surdo...
Mas não vai ser por isso que os lobisomens pararão de se transformar nas luas cheias!!! Ora, veja. É o mesmo que os coelhos brancos de paletó carregando relógios!
E o gato sorri!!!
Subiremos pelos longos cabelos de Rapunzel, para lá achar a bruxa adormecida por ter mordido uma maçã envenenada, esperando sua neta Chapéuzinho lhe trazer o antídoto junto com os Irmãos Grimm...
Esqueça! Depois de tudo isso vamos enfrentar os moinhos com o Don Casmurro!! Afinal, Capitu morava num Cortiço, e após ler as Memórias Póstumas de seu amigo Brás Cubas, resolveu ir embora.
Está bem! Chega!! Coloquemos Debussy para tocar e alcançaremos as estrelas através de uma cauda de cometa.
E que os aliens não venham lhe pegar..
Os vampiros virarão purpurina!
Tomem cuidado com seus reflexos..
Amém!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

La critique


"É, a loucura não existe
a loucura esta em todos os lugares ao mesmo tempo
Normal é o tédio dos dias sem graça
que as pessoas fazem pra elas mesmas

Saudade não é salgada não, a saudade é doce
Eu quero permanecer calado, escutando tudo.
O meu passado é de conversador, muito falador, namorador

Penso, penso, penso, penso, consegui dizer tudo

Tu ficava atrás nas linhas da vida?
Sou de esquerda "pô"!

O que eu quero dizer com isso? nada, eu tô comentando...
(sirene)
Porque eu sou da luz, porque o único escuro que eu carrego, é a sombra que meu corpo produz
Eu dou tantas voltas, é proibido parar

Isoglócia...
Isoglócia é sua forma de falar, sua expressao e o seu variado de seletiva de linguas

E a pessoa que faz isso e faz aquilo
E o que não faz fica mais velho e a velhice vem mais rápido
Daqui a pouco encontrar uma carta de euforia...

E quem não é? E quem não é? E quem não é?
Alalala enanênê...
(risos)

Sexo é bom
eu paguei pra fazer, dez reais
foi bom!

Possuir razão é impor, pessoas que vivem fora da sanidade...

Falar falar falar
Falar inhênhênhê...

Quém é você? Quém é você? Quém é você? Quém é você?
Eu tô perguntando, quem é você?
Eu sou gente!"
Hoje fico só nisso, entendam como quiserem.
Sejam sempre felizes na sua insanidade!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Alice in Wonderland, Cap.12

"Soube que com ela estivestes,
Depois de a ele me delatar,
E que ela me elogiou,
Mas disse que não sei nadar.

Ele disse que eu não mais iria,
(mentira, não pode ser)
Se ela a menos imaginasse,
O que poderia acontecer?

Dei um a ela e dois a ele.
Tu nos destes três dos seus;
Os dele, a você retornaram,
Mas antes foram meus.

E se envolvidos estivermos,
Nessa grande confusão,
Confiamos em você,
Para nos livrar da prisão.

Para mim, você sempre foi
(mesmo antes do ataque atroz)
Um perigoso obstáculo,
Entre ele, ela e nós.

Que ela gostou mais deles,
Ele não soube, enfim.
Fique isso em segredo
Entre você e mim."