sábado, 8 de agosto de 2009

Aleatórias da Invasora

É um impossível carinho. isso é chato, assunto velho, coisa de criança.

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Ela chegou. Quem é ela? Uma das muitas. Muitas que são poucas. São raras. Tem valor. Tem alma. Ué, eu também tenho.

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Cama. Aqui a gente estava ontem, trocando tapas, estrangulações e beijos. Uma cena que não se repetirá nunca. Nunca?
Se repetirá todas as noites, na cabeça da invasora, como um disco travado. Coisa de sem-imaginação.

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Aqui é perigoso dizer o que eu sinto. Penso que as paredes contarão a ele as minhas expressões, e o espelho descreverá cada pedaço do meu corpo que não deveria ser visto. Não por enquanto.

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Um anel perdido. Sempre que acho um anel, coloco no dedo anelar esquerdo. Como é estar com uma mini algema? Me dá orgulho, misturado com uma certa agonia. Um anel bonito, brilha contra o sol. Mas na maioria das vezes ele, sombrio, marca e fere o dedo. Não deveria ter estado ali. Os dedos deviam estar livres.

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Nada mais precisa ter sentido. O sentido se perdeu, se escondeu, o outro o matou. Um amável assassino. Eu não pedi para que o sentido da vida morresse. Fez isso porque ele quis. Deixe estar. Um dia ressuscitará. Quem sabe.

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O único sentido agora é o da espera. Espera por um sorriso ou por um elogio. Não o espero, o anseio. É ruim. É desesperador. O meu sentido agora é tentar dar sentido ao outro. Responder perguntas, falar, ajudar, ouvir, ouvir, ouvir. Ouvir que precisa de carinho. Ouvir que gosta da minha companhia. Ouvir... só ouvir. Antes que eu abra a boca e diga algo que o fira. Ninguém precisa disso.

3 comentários:

Arthur Rangel B) disse...

"Não tenho nada a dizer, eu fico mudo quando a dor te corta".Também acho que o melhor a se fazer é esperar.Um dia tudo tem solução.

Oqtp disse...

*suspiro*
nao sei o que diser,pois nao tenho o que diser...
só...surpreendente

Yash disse...

Eis que quando vemos que ao nosso redor tudo está a desabar... notamos o quão solitários somos e vemos o desespero de nossa alma em encontrar alguém.
Sentimo-nos como pássaros em seus belos assobios, porém tristes por não poderem voar dentro da apertada gaiola em que se encontra.
Não há como entender apenas lendo, não há como revelar apenas olhando...
O que nós, seres cegos e sem alma deixamos passar com palavras pós leitura de que entendemos o que o escritor sente é totalmente errado.
Não se lê com os olhos e sim com o coração. Sente o que ela quer mostrar ao mundo, o que quer realmente dizer, e não o que está simplesmente escrito..
As entrelinhas são obscuras, mas podemos notar.
E choramos.
As mais sinceras lágrimas que podemos ter..
E ouvimos..
Não a pessoa falando, mas o sentimento total que flui pelo seu ser..
E entendemos....
Como a entendi...