segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Eis que repito com minhas palavras as palavras de uma amiga minha sobre meus olhos...

Não sei explicar... São únicos! Não tão profundos como os totalmente ausentes desse mundo, mas não são razos como os que aqui se encontram... Chegam a me dar medo...

Eis o que eu disse..

Como assim? Sou uma ausente presente?

E ela..

Isso! Exato! Como se estivesse morta, mas muito viva! Tal como um vampiro!!!


E um sorriso sádico brotou em minha face...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Um momento bem Crepúsculo

Não julguem o nome!! Não vim falar bem.
Eu, como uma amante de seres sobrenaturais, que a maioria dos livros trata sobre vampiros... digo, digo e as vezes repito.
"Tá, gostei de Twilight, dá para distrair"
Mas estraga totalmente o conceito do vampiro...real.
Pois bem, em meu momento Crítica momentânea mostro coisas inocentemente.. irritantes.

Conceito um. Vampiro não brilha, ele vira cinzas, ou vira pó ou nem pensa em aparecer a luz do sol sem querer virar churrasquinho. Ser purpurinado é algo..meio...gay ._.

Conceito dois. Concordo com as sátiras.. Como um ser humano NORMAL pode gostar de ficar abraçado à uma PEDRA!! Aquilo deve ser gelado pracarai, meu! DX

Conceito três. Vampiros não são certinhos recatados!! O que gosto neles é que eles mandam a vida se danar, fazem orgias, bebem muito e mandam o mundo e a todos tomarem no olho do...er.... tá. Gostam de virgenzinhas e conquistar garotinhas indefesas. Isso sim é um vampiro! Aquele que acolheria uma infanticida para que seja sua succubus e que não ligue em pegar criancinhas por seu sangue juvenil.

Conceito quatro. Vampiro não é VÍRUS!! Porra! Morde a pessoinha e espera o viruzinho vampírico a contaminar?! Cuidado! Vai ser dolorido!!Affz~
A parada é o seguinte. Gosto dos conceitos antigos de que quem vira vampiro é quem não tem um velório adequado, ou não foi batizado, ou cometia certos crimes imperdoáveis, ou teve uma vida banhada em sangue, ou nasceu com as gengivas vermelhas, ou isso ou aquilo. Ou até mesmo a versão do filme "Entrevista com o Vampiro" em que estes eram transformados após o vampiro que o mordeu consumir todo o seu sangue(até você morrer) e depois o ressucitar com gotas do próprio. Isso sim. :D

Conceito cinco. Vampiro não renega sangue fresco. Cara, hesitar em atacar alguém com um cheiro maravilhoso é... é ne DX
Tipo, se vampiro quer beber sangue, não importa se tem um monte de gente olhando. Ele mataria esse monte de gente numa boa. Afinal. Sexo e alimento é o que há na vida vampiresca dos mais chegados aos mitos.

Conceito seis. PORRA! VAMPIRO DORME SIM!! De dia, mas dorme. Dentro de caixões de preferência. Ou em castelos míticos que atraem turistas desavisados e que tenham mordomoscorcundas. Mas ficar em uma casa branca, com quartinhos brancos é.. ridículo!

Conceito sete. ern..*coça a cabeça* Vampiros em conceitos romancistas são absurdamente belos. Tá, isso não posso negar, prefiro o vampiro Romântico que os de mitos, que são cadáveres podres... Resumindo. Apoiei a beleza.

Conceito oito. PARA DE REPETIR QUE ELE É PERFEITAMENTE PERFEITO, PORRA! A gente lê meia página daquele livro e enjoa de ler a palavra "perfeito"! São uns cinco "perfeito" em cada parágrafo! A gente já sabe que ele é "PERFEITO"! Uma vez já basta!! Sua pessoa repetitiva!

Conceito nove. Vampiros não costumam formar famíliazinhas felizes. Eles não dão a mínima. Certo que gostam de uma companhia, mas não quer dizer que sejam felizes e tal. Casamento? HÀ!

Conceito dez. Vampiros não ficam se julgando monstros... Sabem de sua natureza e dão a mínima para a opinião alheia. Fazem da vida um brinquedo em que podem se divertir. Gostam da música clássica, gostam de coisas macabras, noites então são as orgias que duram até a desvirginada seminua na cama dar seu ultimo grito sufocado por ter seu sangue drenado pelos lábios de seu amante, que abandona o local antes do primeiro canto do galo.


Pois bem, meus caros. Perdoe-me o dialeto chulo usado neste texto. Como disse, Twilight é um bom livro para se distrair. E somente. Passado isso, coloquem-no na prateleira e não saiam soltando gritinhos por aí. Tenham uma vida Saudável.
Vão ler Drácula ou Clube dos Imortais que é melhor.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Infância

Se esta rua, se esta rua fosse minha
Eu mandava, eu mandava ladrilhar.
Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes
Só pro meu, só pro meu amor passar.Nesta rua, nesta rua tem um bosque
Que se chama, que se chama Solidão.
Dentro dele, dentro dele mora um anjo
Que roubou, que roubou meu coração.
Se eu roubei, se eu roubei teu coração
Tu roubaste, tu roubaste o meu também.
Se eu roubei, se eu roubei teu coração
É porque, é porque te quero bem.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A sombra

"Pra que dissimular?
Se ela me segue aonde quer que eu vá
Melhor encarar
E aprender com ela a caminhar
Não vou mais negar
Por todo caminho minha sombra está

Eu quero saber me querer
Com toda beleza e abominação
Que há em mim"

Sinto vontade de dormir.Dormir muito.Pra esquecer dos fantasmas que o passado põe em mim.Nada do que é dito me parece real, as pessoas me cobram coisas que eu não quero dar, e eu nunca me comprometi em dar, será que esse é preço por ter nascido?.Não me perguntem o que eu quero dizer nesse texto.Amanhã eu nunca penso no que estou pensando hoje, a não ser que seja algo tão forte quanto amor, por exemplo.Mas isso não é amor.Por isso;Não me pergunte o que eu quero dizer, ou a que eu me refiro.Não saberei responder com exatidão.Não quero nem separar parágrafos nesse texto.A falta de força que me domina me impede de raciocinar.Onde eu devo separar paragrafos?Se você me disser eu farei.Só pense por mim, só isso.Pensar me agride.Pensar me deixa mais profundo do que eu mesmo.Pensar me leva prum caminho que eu não desejo nem consigo seguir, um caminho mais forte que eu mesmo.Não quero me tornar o melhor em nada, ser bom demais nos faz sentir melhor que outros.Quero permanecer no meu lugar, apenas com paz, paz.Sem que ninguém me cobre boas notas, ou amizades que eu não sei se me satisfazem mais, ou que eu leia coisas que não quero ler, ou que eu comente sobre coisas que não quero comentar,ou que eu escute músicas que eu não gosto de ouvir,ou que eu seja bom nas coisas que eu faço, ou sei lá o que mais.Um dia cansei de ser cobrado sem receber nada do que me é cobrado em troca, e esse dia se chama eternidade.Mas eternidade pro passado, como se o tempo eterno andasse pra tras.Me sinto cansado de ser cobrado desde o momento que estou por aqui, nesse mundo, ou antes até de entrar nele.Quem mais vai me julgar por esse texto?A ultima nota 4 por falta de coesão de idéias diz exatamente o que eu sou e quero ser.Porque quero ser apenas um incoerente, insano, um nota 4 da vida.Que apenas vive, sem que ninguem o note, sem que ninguem o julgue, sem que ninguem se quer o perceba.Quando escrevo, ou quando escuto as músicas que parecem ter sido feitas para mim.É quando realmente eu sou eu.Alguém por favor pode deixar que eu faça isso?"Então sai!deixa correr toda a água contida"."Fora!Seu silêncio me devora"."E assim eu fico leve".

Sejam sempre felizes na sua insanidade!
;]

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Nove/Chiaroscuro.Uma insanidade de amores.

Eu não sei bem o que eu to fazendo aqui pra falar sobre isso.Mas tenho que falar.De certa forma é insana a maneira que eu amo as duas pessoas que vou citar aqui.Ninguém nesse mundo consegue decifrar melhor o que eu sou do que essas duas.

Só olhem isso:





Quando alguém adivinha as palavras que querem sair antes do meus dedos antes de mim, é como se eu me visse diante de um Deus, de uma pessoa paranormal,incomum,diferente.E sentir amor por isso é mais insano ainda.Mais insano ainda, é eu ainda me surpreender com essas coisas incomuns, antes era assim.

Mas é estranho você ver que foi descoberto e exposto por dois míseros CDs ,e ainda achar normal.A única coisa que resta de uma coisa desse tipo é o amor, um amor pronto a fazer qualquer coisa, e a todo momento.Pronto a fazer qualquer tipo de juramento eterno.

"Leio seu nome nas águas do amor que corre a deslizar"."Deixa eu mimar você, adorar você.Agora,só agora".

Sempre quis dizer isso a uma pessoa, e agora digo também as duas pessoas que me deram as frases.Pitty e Ana Carolina, para mim muito mais do que simples cantoras.Só com elas eu consegui abrir as portas pra vida, e realmente consegui vivê-la.Obrigado por me fazerem colocar pra fora as frases que eu nunca soube escrever.

Sejam sempre felizes na sua insanidade!
;]

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Hey...tive uma idéia.Que tal fazermos um Hino do insanos??
xD

Eu irei começá-lo, digam o que acharam da idéia nos comentários.Se não gostarem é só ninguém terminar que a idéia morre aqui.

Hino dos insanos

Insanidade
absoluta verdade
Nós insanos
Vivemos na felicidade

...

Continuem se acharem conveniente
xD
No fim reúno o Hino inteiro e posto oficialmente

Sejam sempre felizes na sua insanidade!
;]

domingo, 16 de agosto de 2009

Ficção.

Era uma vez é algo um tanto antigo para se começar. Então iniciemos assim.
Outrora...
Estava a raposa a andar pelas ruas de Midgard a mendigar não por comida, mas por algo para ler. Afinal, raposas são espertas e sem a sua leitura matinal elas ficam um tanto quanto depressivas e seu instinto mais animalesco, como correr atrás de presas em vez de comer educadamente sentada à mesa.
Aquela raposa era menor que as outras e branca, rara de se ver pelas terras de Midgard. Seu nome? Enim. Sim, eu e mais ninguém a ser o que se nota naquelas terras medievais de um tempo distante que não me lembro mais.
Era simples encontrar algum mal educado que daria mil livros para que conseguisse pele de raposa de modo simples.
Certo, viremos a humana que sou, mas que ainda é chamada de raposa.. por uns.

Mudemos de história.
Antigamente...
Havia uma gata de pelos rubros a andar pelos telhados da antiga Londres, a pedido de abrigo por causa do amanhecer. Aquele Sol maldito não lhe fazia bem, a fazia espirrar e a olhar para baixo. Ver o quanto estava no alto não lhe agradava a consciência de que um passo errado e ela se espatifaria no chão.
Seu nome? Heh. Y. Sim, também sou eu.
E andar pela antiga Londres significava sujar as patas, e sempre tinha algum mau elemento a jogar algo para que eu caísse.
Certo, viremos a humana que sou, mas que ainda é chamada de gata... por outros...


E como não faz falta ao mesmo tempo que faz as lembranças fictícias de ser a raposa e a gata, de Midgard ou de Londres, a perambular em busca de algo que necessite.
Hoje já me é fácil achar livros bons para ler e assim não seguir o instinto animalesco de correr atrás das presas, já me é fácil encontrar algum abrigo durante a manhã para me proteger do maldito Sol que me faz espirrar.
Está certo que os maus elementos ainda continuam a querer tirar minha pele e a me jogar coisas para que caia do telhado, mesmo assim, como na antiga ficção, sigo o caminho de olhos abertos desviando dos certos e cumprimentando os nobres.
Certo, assumo que não visito este lugar com frequência e que estou com vários textos daqui para ler.
Desculpa-me Nuffer, desculpa-me Arthur. Hei de ler teus textos e, quem sabe, comentá-los.

Bem... Viveram felizes para sempre não é certo.
Pois nem na verdadeira história de Chapéuzinho Vermelho a menina vive feliz para sempre.. Ao contrário, ela é devorada pelo lobo.

Então terminemos do clássico jeito cujo qual amo terminar.

...

"Hoje eu to sozinho[...]"

Você consegue ver minhas olheiras as 5:07 da manhã enquanto a minha mãe me manda dormir?Acho que isso tem um pouco de insanidade.Mas, eu só não consegui dormir até agora por 2 motivos:

1-Não dancei de verdade essa noite
2-Não vi nem falei com uma(ou "a") pessoa de verdade essa noite

Talvez eu só esteja meio paranóico, ou a insanidade tenha subido demais na minha cabeça; mas estou com a grande impressão de que essa noite foi uma grande farsa.Em que as pessoas foram "farsárias"(se é que isso existe @_@), as coisas foram falsas; parece até que o que eu comi foi meio falso, não estou cheio.

Eu não quero essa mentirinha, e esse lengua-lengua, e esse sufoco, e essa falta, e esses mais "esses" que me incomodam.Quero ser só um louco, completamente insano mesmo.Podendo ser quem eu quero, exercendo só a verdade, sendo completamente direto, e sem mais esses "esses" que me incomodam.

Quero que as pessoas olhem pra outras sem pena de si mesmas, e sem mostrar em seus olhos uma possibilidade que a essa altura já é remota, e sem querer voltar atrás de mentiras insistentes.

Na verdade, ninguém está perturbado hoje.O problema é comigo.Quer dizer, talvez possa existir perturbados maiores que eu, e o problema estar neles.Mas isso não muda o fato deu precisar dormir e estar muito perturbado.Boa noite a todos.Ou Bom dia.Acho que as 5:19 a gente já da Bom dia, não é mesmo?

Apesar da loucura de texto
Sejam sempre felizes na sua insanidade!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Dor. A dele, a dela, a sua. Minha não.

Eu tenho ainda muita coisa para contar, muita lagrima para chorar. Mas não sei, nao consigo fazer isso quando se trata do sentimento de outra pessoa, entrar na pele da pessoa.
Sabe, não é fácil escrever sobre alguém. Deve ser muito difícil ser um escritor profissional e versátil, uma vez que voce tem que viver os sentimentos [sobretudo mágoas] de outra pessoa, além de já ter que conviver com as suas.
Eu sinto que preciso fazer isso, mas eu tenho medo, é como se eu pegasse outra pedra e colocasse em minhas costas, em cima de uma que existe. Porque quando eu escrevo sobre mim, seja o que for, me faz bem, me tira a tal pedra das costas. Mas escrever sobre alguém não. Principalmente se for alguém realmente próximo, quando eu não preciso especular sobre os sentimentos dela, porque eu sei, eu PRESENCIO o que acontece com ela. E isso é triste, tomar as dores da pessoa, incorporá-la, é demais para mim.
Mas minha vontade de escrever sobre o sofrimento de alguém é enorme, para que eu organize as ideias e entenda o que se passa com ela. Sinto que é necessario. Porém, preciso arrumar forças para viver os sentimentos ruins de novo, as cenas de novo, e tranformá-las em um post com um minimo de coerencia. E não sei se vou conseguir. Enquanto isso, tudo o que eu posso fazer é tentar tirar o MEU peso das costas, contar o que se passa comigo, para que eu ao menos entenda a mim mesma, enquanto nao consigo entender os outros.
Me desculpem.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Dor.

Porque a minha dor preenche a dor que já foi embora. Tentou ficar, mas foi embora.
Se bem que eu prefiro aquela dor antiga. Era saudável. Ela preenchia o vazio que minha dor atual insiste em preencher. Porque era mais do que dor, era amor.
Porque a minha dor é a do vazio. Como a do estômago que dói quando se tem fome. A dor que o cérebro tem ao vasculhar alguém em que se pense à noite. A dor que o coração sente ao se sentir tão sozinho, bombeando um sangue frio, e por vezes inútil. A dor dos nervos em desespero.
É dor de solidão. Aquela que se faz presente quando tudo se esvai. Aí ela chega, querendo tomar o lugar que já foi de alguém que tenha sido especial algum dia. E, o que é pior, consegue. Ela mantém os dias e as noites mais frios e longos. E, por isso, se torna mais longa ainda.
Não adianta, não adianta dizer o contrário. Me convencer do contrário. converta-se à realidade: eu estou sozinha.
E ainda me dou ao luxo de dizer que é um estado voluntário e ao mesmo tempo involuntário. Não é culpa minha. Mas como dizem por aí, não está sozinho quem não quer.
Eu não quero, mas estou.
Só porque fui ambiciosa. Só porque disse não. Só porque as almas que agora se entrelaçam não conseguiram me puxar para junto delas. Só porque fui má. Só porque quis ser como todo mundo quer.
Mas vocês não. Vocês não quiseram. Deram seu grito de liberdade e estão por aí, felizes. Felizes como nunca foram. Felizes como eu nunca vou ser. Porque eu não sou uma de vocês. Eu não quero. Mais do que isso, eu não POSSO.
Vou continuar infeliz, vou. Vou continuar sendo alienada, vou. Desculpa. Eu AMO sofrer. Estou AMANDO sofrer, deixem-me sozinha, que eu um dia encontrarei minha felicidade. Do meu jeito.

Só preciso me convencer de que serei feliz um dia. Um dia. Não sei quando, nem como. Nem sei de vou.


Esquece. É demais para a minha cabeça.

sábado, 8 de agosto de 2009

Aleatórias da Invasora

É um impossível carinho. isso é chato, assunto velho, coisa de criança.

***

Ela chegou. Quem é ela? Uma das muitas. Muitas que são poucas. São raras. Tem valor. Tem alma. Ué, eu também tenho.

***

Cama. Aqui a gente estava ontem, trocando tapas, estrangulações e beijos. Uma cena que não se repetirá nunca. Nunca?
Se repetirá todas as noites, na cabeça da invasora, como um disco travado. Coisa de sem-imaginação.

***

Aqui é perigoso dizer o que eu sinto. Penso que as paredes contarão a ele as minhas expressões, e o espelho descreverá cada pedaço do meu corpo que não deveria ser visto. Não por enquanto.

***

Um anel perdido. Sempre que acho um anel, coloco no dedo anelar esquerdo. Como é estar com uma mini algema? Me dá orgulho, misturado com uma certa agonia. Um anel bonito, brilha contra o sol. Mas na maioria das vezes ele, sombrio, marca e fere o dedo. Não deveria ter estado ali. Os dedos deviam estar livres.

***

Nada mais precisa ter sentido. O sentido se perdeu, se escondeu, o outro o matou. Um amável assassino. Eu não pedi para que o sentido da vida morresse. Fez isso porque ele quis. Deixe estar. Um dia ressuscitará. Quem sabe.

***

O único sentido agora é o da espera. Espera por um sorriso ou por um elogio. Não o espero, o anseio. É ruim. É desesperador. O meu sentido agora é tentar dar sentido ao outro. Responder perguntas, falar, ajudar, ouvir, ouvir, ouvir. Ouvir que precisa de carinho. Ouvir que gosta da minha companhia. Ouvir... só ouvir. Antes que eu abra a boca e diga algo que o fira. Ninguém precisa disso.
Um segredo guardado.
Dois.
Três.
Quatro.
Mil segredos guardados. Acha que vai explodir.

Uma hora da manhã.
Duas.
Três.
Quatro.
Uma noite de insônia. Uma noite perdida.

Um aviso.
Dois.
Três.
Quatro.
'Depois não diga que eu não avisei... está me ouvindo?'
Não, eu não estou ouvindo.

Uma corda rompida.
Duas.
Três.
Quatro.
Só restou cair. Destino? Fundo do poço.

Um pedaço de chocolate.
Dois.
Três.
Quatro.
Um quilo a mais. Duas vezes menos autoestima.

Um amigo.
Dois.
Três.
Quatro.
A solidão não é rompida mesmo assim.

Uma recusa.
Duas.
Três.
Quatro.
Mil arrependimentos pela vida inteira.

Uma palavra.
Duas.
Três.
Quatro.
Era melhor ter ficado quieta.

Um dia.
Dois.
Três.
Quatro.
Os dias são longos, mas os anos são curtos.

Apocalipse? O meu já chegou.

Eu preciso escrever, porque dormir já não adianta. Dormir é o mesmo que invocar os demônios que eu tento afastar durante o dia. Eles vêm e não me deixam em paz. Me perseguem. Sussurram no meu ouvido, muitas vezes gritam, giram, dão risada, pisam no meu peito e arrancam lágrimas algumas vezes.
O corpo chega a doer. A cabeça é a que mais dói. É inquieta, é assombrosa, e não possui uma única voz.
Mas eu já cheguei à conclusão da noite de hoje. Eu concluí que tudo não passa de uma grande vingança.
Me chama de louca, é isso o que eu sou mesmo. Você também. Você é só mais um louco que atormenta esse mundo. Novidade.
Também não deixa de ser o louco que participa da grande vingança. Porque é isso o que está acontecendo.
Eu vejo um brilho vermelho no olhar de quatro anjos, e suas vozes são como chicotadas. As suas palavras são facas cravadas a todo o instante. É culpa deles? Não. A culpa é minha. A culpa é sempre minha.
Eu rejeitei. Rejeitei três deles. Cada um à sua maneira, à sua época. Eu chutei, cuspi no rosto, disse coisas horríveis. Mas eles são anjos. Limparam o rosto e continuaram ali. Diziam que me amavam. Porque sabiam quem eu era.
Me perdoaram. Mas quem sou eu para acreditar que, neste mundo, só basta o perdão?
E dessa vez tive razão.
O quarto anjo, aquele que me trouxe a luz, arrancou-a com a mesma rapidez que a forneceu. Ele era meu anjo, ele me iluminava e acolhia, senti que eu devia fazer o mesmo. Mas me mostrou que ele podia voar sozinho, ainda que com uma asa quebrada. Eu deixei. Eu perdoei. Esperei.
O que eu não sabia é que todos eram iguais. O quarto anjo sabe disso melhor do que eu. Ele, de alguma maneira, os reuniu. Enxugou as lágrimas que pus nos olhos daqueles três. Vivem em paz agora. Mas a paz não estava completa. Faltava algo.
Eu.
E dançam, falam, gritam, cantam. Mostram que, pelo fato de serem anjos, são fortes e felizes. Se ainda precisam de mim? É claro. O tempo todo. Chamam o meu nome, contam o quanto estão felizes, mostram as asas reluzentes e seus sorrisos. E me dão tapas no rosto, sem perceber.
Sem perceber?
É claro que percebem. E gostam disso. É claro, um dia é da caça, o outro do caçador. A hora de ser feliz é agora. A hora de MOSTRAR que são felizes é agora. E me pergunto quando é que este desfile de trombetas do inferno vai acabar, e SE acabar.
Não é mais hora dos anjos chorarem. A hora deles acabou. A minha chegou. Se eu vou aceitar isso? Não sei. Estou cega. Estou fazendo o que me convém. Fico calada, pois não tenho o direito de reclamar. Se abro a boca, eles me fazem me arrepender amargamente. Porque eles é que sabem a justiça do coração. Estão ao meu lado para me mostrar isso, para que eu aprenda e não erre mais.
O fato é que eu não podia ter errado. Nunca. Errar não é humano. Não no meu caso, porque a cota de erros já se esgotou há muito tempo.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ensaio sobre a solidão.

Há gosto de lágrima. Gosto de tristeza. Gosto de mágoa pesada, como quem carrega uma dor antiga nas costas. Só falta o gosto de sangue. Mas não merece provar gosto tão amargo e sedutor.
Há o intragável gosto da profecia cumprida. Ela disse, as palavras dela são mágicas.
Além disso, a solidão não é uma coisa imprevisível. Na verdade nos acostumamos a ela. O problema é logo quando ela surge, quando você descobre que ela está ali, dentro de você.
E você se sente só, e rodeado de pessoas. Melhor, rodeado de pares. Valsando sozinho num baile. Não há nada mais triste. Mas não há nada mais natural. Como já disse, não é uma coisa imprevisível, dependendo de quem você é.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Ele, Em Frente ao Divã

Ele não pode dormir.
Mas também não pode acordar.
Não pode olhar pela janela do quarto trancado,
Mas também não pode voltar para casa se trancar.

É o seu problema.
É o meu problema.
É sempre problema dele, e não é.
E o seu verdadeiro problema?
Quem é que acha que ele tem problema?
Quem se IMPORTA que ele tenha problema?

Ele ouve,
Depois fala,
Mas não é ouvido,
Não tem como falar.

Ele não é nada
Mas você precisa dele.
Ele é tudo o que voce precisa naquela hora
E você é tudo o que ele menos precisa naquela hora.

Você pode dormir em paz por causa dele,
Mas ele não vai dormir em paz
Justamente por causa de você.
Ele precisa pensar em você.
Ele não quer,
Ele precisa.
Ele precisa viver, e viver é pensar em você. Em você e nos outros.

Ele é o seu melhor amigo,
Mas ele te conhece o suficiente para saber que você não presta,
Porque se está ali, com ele,
É porque você é sozinho.

Você o ama, você sonha com ele, ele é seu anjo,
Você é o pior pesadelo dele,
Mas um pesadelo necessário, cotidiano.

Um dia você vai abandoná-lo,
Um dia vai esquecê-lo,
Ele vai lamentar,
Ele precisava sofrer para viver,
Viver do seu sofrimento,
Da sua dor,
Porque ele quer que você o procure,
Ele quer que você conte os seus problemas,
Porque ele vive dos seus problemas,
Do sofrer.
E tenta ser feliz assim.

Atração

Contarei uma longa história de como adquiri meus livros. Estou logo avisando que é algo totalmente.. diferente. É atração, paixão...

Começaremos pela primeira adquirição... "Estrada da Noite"
Eis que eu estava no Rio. Excursão da escola, sabe como é. Então a ultima parada foi o shopping... Andei, andei até achar uma livraria. Dei voltas por ela até ver um livro.. Não foi o título que me chamou a atenção, foi a capa meio azulada com uma estrada. Aproximei, peguei o livro e vi o título. Meus olhos devem ter brilhado um pouco ao ver do que se tratava a história.. Fantasmas? Adoro esse tipo de assunto. Mas de início coloquei o livro em seu lugar e voltei a ver os outros. Tsc, nenhum que me interessou. Ia sair da livraria quando passei por tal livro novamente. Parei, vi o preço e comprei. Boas as histórias de Joe Hill.

"A Mediadora"
Adquiri o segundo livro por ter sido um presente. Nada de livrarias, nada de procuras. Se não me engano, foi de aniversário. Li o livro, mesmo sendo o volume 2. Acredite, é muito bom, me apaixonei na hora, também relacionados a fantasmas, mas boa de se ler e bem dinâmica. Com os aniversários e natais seguintes adquiri os outros 5 volumes.. Li todos. Gostei do estilo de MeggCabot.

"O Clube dos Imortais"
Essa é uma história de amor...
Aconteceu quando fui na livraria de costume olhar as novidades. Fui para a prateleira de romances ver os títulos (nunca os autores). Até que uma me chamou a atenção.
Não vi direito o título de início, foi meio de relance aquele destaque branco em fundo negro.. Peguei o livro. "O Clube dos Imortais".. O título na capa destacado em relevo, uma pintura ao fundo.. Uma obra-prima! Folheei o livro, parei em algum capítulo, li uma parte. Depois vi o preço. Ah! Maldição! Não tinha dinheiro!! Passou-se um tempo e eu visitava todos os dias aquele livro na prateleira... Até que consegui o dinheiro de aniversário e o comprei. Devorei-o na semana seguinte. E nunca mais vi outra edição deste naquela livraria...

"O Diário da Sibila Rubra"
Este foi momentâneo. Do mesmo escritor de "O Clube dos Imortais". Ansiei sua chegada antes mesmo de conhecer a capa.. Assim que chegou, o comprei. Maravilhosa história...

E assim virei fan de Kizzy Ysatis.

"Crepúsculo"
O vi na Bienal. Não sabia que era, não sabia o quão famoso se tornaria, não sabia que sairia filme.. Apenas o vi na bienal.. Aquela doce capa preta.. A maçã em mãos... Só.. naquele destaque.
Dei a volta pela bienal inteira e voltava naquela barraquinha em que ele estava. Nada mais... Passado um tempo, já com ele em sua moda, o comprei. Não porque era modinha, mas porque aquela bela capa não me saia da mente. Me chamava para lê-lo.
Lua Nova, Eclipse, Amanhecer.. fui adquirindo por pura continuação.. Nenhuma me atraiu tanto quanto o primeiro.
E assim adquiri a coleção de Stephenie Meyer.

"Drácula"
Este por me atrair desde tempos antigos, até ter o dinheiro para comprar sua versão de bolso.

"Noite na Taverna"
O escondi na ultima prateleira da livraria na esperança de ninguém comprá-lo antes de mim..

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Arco-Íris

O pessoal já falou demais do Tio Michael, já brincou, já contou sobre suas vidas.
Cadê a poesia?! Cadê a cor?!
É o que falta... Então vou brincar com as cores.

Arco-íris

Vermelho, amor
Sangue, horror
Sexo, paixão, sedução.
Boa cor do coração.

Laranja, abóbora
Crepúsculo, aurora
Céu ao fim de tarde
e até o "publicar postagem" (XD)

Amarelo, sol
Margarida, girassol
Alegria, ouro
Ambição, tesouro.

Verde, esperança
Nada a ver com matança
Planta, mato, grama
E até mesmo a cor da grana.

Azul, céu
tão belo como véu
O mais belo mar
Devia ser a cor do ar.

Anil, noite então
Nada a ver com escuridão
O infinito estrelado
O universo ilimitado

Violeta, pequenina
Tal como flor menina
Divisão do anil e do dourado
Do por do sol amado.

E o branco, esperança
A cor de toda criança
Paz, descanso, harmonia
Seguindo a bela melodia.

E assim vai.

Multishow nomeia Justin Timberlake o novo Rei Do Pop


Mas nããããããããão MEEEEEEEEESMO! Né Mike?
u_u



P.S.: A reprodução desta imagem só é permitida com os devidos créditos. Dã.

domingo, 2 de agosto de 2009

In Memoriam

Para ler ouvindo: Gone Too Soon [clique com o lado direito do mouse em 'abrir nova janela']

[eu sei que o post está ENORME, mas me entenda, por favor, é mais que um desabafo, é uma declaração de amor.]

Simplesmente não resisti. É claro que não é tarde, afinal antes tarde do que nunca, pois faz bem contar uma história de amor de qualquer época, contanto que ela seja memorável para alguém.
E tudo isto não é de hoje. Começou nos meus turbulentos onze anos de idade. A fase da tentativa de conquistar um espaço num mundo feito de meninas que idolatravam o laranja-e-rosa e dançavam ao som de Black Eyed Peas e Felipe Dylon [é ¬¬]. E tudo isso só serviu para que eu fosse ainda mais introspectiva. Fazendo um mundo só meu, as escolhas tão diferentes, uma rotina tão diferente, gosto tão diferente daqueles meninos e meninas.

Tudo começou com uma revista comprada por acaso. Era a Superinteressante, com a foto dele rasgada ao meio propositalmente, o que na verdade eram duas fotos, uma dele aos 11 anos e outra aos 46, fazendo uma pergunta-título que não me lembro, pois minha mãe usou a capa para fazer um trabalho da faculdade.
A revista continha uma porção de fatos que eu nem sonhava que ele tivesse feito. Filhos, ações da mídia, falcatruas e milhões de coisas que eram demais para minha cabeça de 11 anos de idade. Tudo aquilo, toda a sua história já acontecera há muito tempo, e tinha vindo à tona, para que a minha geração soubesse quem ele era. Mas não devia ter sido daquele jeito. Antes de saber quem ele realmente era, tudo o que eu via na TV era um fantasma desfigurado com cabelo de senhora que acabou de sair do salão de beleza. Um estranho, diga-se de passagem. Mas eu não achava que era um monstro. Nunca achei.

Depois foi um cd, ganho no meu aniversário de 11 anos. Depois foi um DVD. Depois outro CD. E outro DVD. E revistas e jornais. Sua música rodava na minha cabeça o dia inteiro. Passava a morrer em cada página de revista que escrevia seu nome. Passei a prestar atenção no Jornal Nacional. Como podia um homem de voz tão doce e atitudes de criança podia ir para a cadeia, tachado de pedófilo, sendo quem ele era?
Enquanto eu ouvia as suas músicas, ele estava sendo julgado e esfolado pela mídia [o que não é nenhuma surpresa]. O risco era de 20 anos de prisão por pedofilia. VINTE ANOS? Eu rezava todas as noites para que isso não acontecesse, que eu tivesse pelo menos uma chance de sentir que fazia parte de sua geração, de seu reinado. Vê-lo brilhar de novo, e não num banco de réus, devendo milhões de dólares à não sei quem. Eu sabia que isso era muito difícil de acontecer. Mas eu sabia que não era impossível. E continuava a rezar pela sua absolvição. Peguei a Superinteressante que havia comprado e risquei alguns trechos da reportagem, escrevendo 'MENTIRA!'. É. Tenho essa revista até hoje, e o sentimento que me dá ao vê-la é pura nostalgia. Arranca risadas, se quer saber...

Sim, eu o amava. Muito, muito mesmo, mais do que o garoto de quem eu gostava na época. Qualquer garoto era uma desprezível perto do meu deus da música.
E eu era tão incompreendida. Eu não tinha com quem compartilhar o meu amor, o meu gosto, a minha insatisfação com a mídia. Eu via as poucas amigas que tinha desprezarem meus CDs, xingarem cada música e ouvir as piadas do 'cara que anda para trás e come criancinha'. Era torturante. A única que me entendia era a minha mãe, mas tinha uma certa raiva dela, por ter aproveitado sua juventude ao som das suas músicas, da sua beleza e sucesso, enquanto eu só presenciava as piadas e acusações que eu considerava sem sentido. Para mim aquilo era triste demais. Principalmente por sentir que havia nascido na época errada, ouvindo as músicas erradas. Eu daria a minha vida para ter onze anos em 1983, e não em 2004.
Então eu sonhava sozinha. Sonhava com sua volta. Sonhava com o dia em que eu o conheceria, e ele me levaria para Neverland para brincar e vê-lo cantar.

Mas eu não era Peter Pan, eu tinha que crescer. E deixar os sonhos de lado. O sonho de sua volta não estava esquecido, estava guardado lá no fundo do meu coração. O tempo passou e eu não ouvia suas músicas com tanta frequência, e não me machucava mais com as piadinhas sobre ele. Até porque, eu tinha uma certa vergonha dos meus inocentes onze aninhos, que eu gastei sonhando e chorando, como um 'passado negro'. Até que um dia qualquer, quando tinha quase esquecido que ele existia, soube que havia sido absolvido havia algum tempo, eu não tinha internet para ficar sabendo das coisas em tempo real. Fiquei bem feliz... e percebi que rezar e acreditar em quem se ama vale [muito] a pena.

E a vida continuou. Outras bandas vieram, outros amigos vieram, outros ídolos vieram. A internet também veio, é claro. E com ela, surpresas em tempo real.
Pulemos para os meus 15/16 anos. Um dia qualquer de março de 2009. Resolvi voltar a ouvir suas músicas. Saudade, sei lá. Meus CDs e DVDs estavam jogados em algum porta-cd da sala, eu não mexia neles há... quatro anos? Por aí. Uma onda de nostalgia tomou conta de mim quando voltei a ouvir as primeiras batidas de 'Smooth Criminal'. Eu tinha esquecido o quanto era bom. Baixei tudo o que eu pude na internet. Quanta música desconhecida havia, quanta música boa havia, meu Deus! O quanto que as pessoas perdem ao deixar de ouvir obras-primas como suas músicas! Eram únicas, tinham alma, tinham cor. Sei lá.

No mesmo dia entrei na comunidade no orkut. Pra saber por onde andava, oque estava fazendo. Quando eu ouvi a melhor notícia do ano: a promessa de voltar aos palcos a partir do mês de julho, numa série de 50 shows na O2 Arena, em Londres. Num segundo, a menina sonhadora de onze anos havia ressuscitado, ela poderia enfim realizar o seu sonho! Ou não... afinal, também soube que os ingressos haviam se esgotado em cinco horas [um recorde]. É, o meu deus havia voltado. Na verdade, nunca tinha ido.

Aí vieram ainda mais notícias... as especulações de que poderia fazer uma turnê mundial. Quase chorei ao ver os vídeos da audição dos bailarinos que iam ter a honra de dançar com ele na turnê. Devia ser a honra máxima, dançar para seu ídolo, ele saber quem você é e o quanto dança bem. Mas eu me contentaria em simplesmente ir ao show dele. Não sabia como, mas tinha que ir. Eu e mamãe víamos cada data dos shows, e se havia ingresso sobrando... talvez em fevereiro daria para ir. Tanto faz. Só de saber que o sonho da menina de onze anos havia se concretizado, eu já estava megafeliz. Ele tinha até tirado aquele escovão do cabelo. Chegava a estar bonito. Porque, quando você o ama, você não acha ele feio. Seja branco, seja negro, vestido de terno ou de robô. Em 1987 ou 2007.

E havia, é claro, as especulações sobre a saúde. De um lado, o The Sun publicava que ele havia vomitado e chorado durante os ensaios. De outro, o USA Today publicava que sua saúde estava intacta e sua turnê prometia. E eu, mais empolgada que nunca, voltava a dançar ao som de suas músicas. Mas ficava com medo. Um dia qualquer do começo de junho, eu estava escutando 'Morphine' [uma das minhas músicas favoritas] e pensei, com medo: 'se ele morrer eu morro junto'.

Eu estava escutando Morphine mais uma vez, no corredor da aula de inglês, enquanto esperava minha vez na oral test. Quinta-feira, 25 de junho. Sozinha, enquanto meus colegas estavam conversando alegremente em frente à TV. Olhei para a TV e vi que estava no canal da CNN. Mostrando uma mansão branca e bonita, e a legenda explicava que um cantor havia sido internado. Depois mostraram o nome e ele entrando na ambulância. Michael Jackson.

'Por favor Deus, não deixe MJ morrer', eu pensava. Ninguém à minha volta se importava com a TV, ou com meu coração apertado. O secretário do curso só percebeu depois, quando eu já estava quase tendo um infarto. Sofrendo silenciosamente, como sempre, eu só olhava a tv e traduzia a reportagem em espanhol. Fui fazer a prova com relutância, e ainda tinha aula de violino depois. Não dava tempo de ver o veredicto no Jornal Nacional.

'Ele morreu, vó?', eu perguntei, mal havia chegado em casa. Estava passando novela das 9. 'Morreu'. Tudo o que eu fiz foi gritar e xingar, pois as lágrimas não saíam. Porque tristeza não havia, só a raiva.

A ficha ainda não caiu. Ainda acho que ele vai voltar. Não sei quando, nem como. Especulações, há muitas, acompanho cada notícia e teoria que sai, sejam elas menos ou mais convincentes. A esperança precisa tomar lugar da tristeza que só aumenta à medida que o tempo passa.

As lágrimas vieram depois, há duas semanas atrás, assistindo a um show dele da HIStory Tour, de 1997, na TV. Comecei a chorar quando ouvi os acordes de "I'll Be There". Só de ouvir 'just call my naame/and I'll be theeere...', a dor aumentava. E, quando voltei a olhar para a tv, percebi que ele também tinha se agachado no chão e chorado.

E há milhões de grupos de discussão na internet, apontando evidências cada vez mais claras de que ele não morreu. Eu e mais boa parte de gente se agarra a essas teorias como se fossem a própria vida. Garotas que amam Mike tanto quanto eu o amava há anos atrás, e ainda amo. Percebi, finalmente, que não estou sozinha, que eu não sou a única 'bobona', que eu não sou a única sonhadora, esperançosa. Isso é legal demais de saber, esteja ele morto ou vivo.

A cada dia me lembro dele, ouço suas músicas, ainda que não queira. A procura e venda pelas suas músicas aumentou MUITO. Agora sempre há um carro na rua tocando 'billie jean' e 'thriller'. Minhas amigas, que antes me chamavam de retardada por eu viver com o CD dele no discman, ficam o tempo todo cantando o refrão de 'ABC', a única música que sabem, além dos refrões [errados] de billie jean e thriller, é óbvio. Apesar de dar uma certa raiva pela valorização póstuma [depois de terem feito tantas piadas de mau gosto enquanto estava vivo], fico feliz com o reconhecimento. Como eu disse no começo, antes tarde do que nunca.

Mas, no caso de Mike, por mais tarde que ele morra, sempre será cedo. Porque as pessoas que o amam não querem que ele se vá nunca. Só quero que ele esteja bem, esteja onde estiver. Que ele consiga a paz que nunca teve.

Eu te amo, Michael. De verdade. Descanse em paz.





And I feel hurt... by hurting you.

Você não entende o porquê. Do desconforto, da briga, do dar de ombros. Você não sabe o porquê. Das poucas palavras, do medo, das perguntas nunca feitas e respostas adiantadas.
Você também não imagina o porquê. Devia colocar a sua cabeça para funcionar, já que ela é muito melhor do que eu.
Isso é só mais um plano que falhou. Da armadura que se rompeu. Porque eu quero que você esteja por perto. Que você precise de mim, se importe comigo, viva por mim. E sobretudo, que não se afaste.
E que não faça pouco caso como tantos outros, que jogaram toda a minha devoção no lixo.
Você chama de egoísmo. Eu chamo de desespero. Porque você sabe que eu te amo.
E foi você que me ensinou que o amor pode ter vários jeitos.
Por favor, me perdoe. Por tentar saber se você me ama tanto quanto eu. Por não estar satisfeita com suas palavras de carinho. Por sempre querer mais.
E, mais uma vez, me perdoe. Por me sentir sozinha. Por te procurar com o coração em vez dos olhos. Por prolongar a mágoa em vez do sorriso. Por dizer que te odeio enquanto te abraço.
Me perdoe também. Por querer ser única como você, sem poder. Por não pertencer a você. Por não te completar. Por te dar o céu e a terra, mas não a compleição.
Me perdoe por... te amar assim. Da forma que me restou. Eu poderia ser melhor. Mas pense, eu poderia ser ainda pior. Eu só não quero ser seu peso, seu objeto, sua coleção. Eu quero ser a sua alma, a sua voz, a sua respiração.
Porque eu não quero ser mais uma. Assim como você não é só mais um.
E, mais uma vez, me perdoe. Por te machucar tanto, e sem querer.