domingo, 26 de julho de 2009

Ela.

A impressão que eu tenho é que ela vive dos outros. Não para os outros. Mas sim, dos outros. Como se fosse algo que não tivesse vida própria. Ou, em palavras consideradas sujas, uma prostituta.
Mas não digo isso porque a odeio. Chamar alguém de prostituta é algo realmente ofensivo, mas esquece-se que elas possuem sentimentos, são humanas, que muitas vezes não 'escolhem' ser assim.
E ela não escolheu ser assim, eu tenho certeza. Ela é como se fosse um complemento, um descanso, uma distração. Nada muito importante. Mas também não era algo dispensável. Muitas vezes tenho a impressão de que ela chega a ser mais importante que eu. Talvez por eu representar a realidade, os problemas, a incompreensão, o questionamento, a dor, o sarcasmo, a frialdade, a 'intocável'.
Ela é o contrário. Ela é o irreal, o possível dentro desse mundo de impossíveis desejos, o abraço sem motivo, a risada constante.
Ela é mais feliz do que eu. Por ser insana. Por ser fácil. Por não precisar de muito. Por não saber de muita coisa, e muito menos querer saber.
Mas, e se eu quisesse ser como ela? Insana não, apenas feliz. Há quem diga que essa decisão não é inteligente. Afinal, procurar a felicidade ao abrir os braços e fechar os olhos para o mundo não é algo bom.
Será?

Um comentário:

Arthur Rangel B) disse...

Quem disse que é ruim ser feliz fechando os olhos pras outras coisas,baby?
É bom.Só não é politicamente correto.Ser políticoas vezes é horrível.