terça-feira, 18 de novembro de 2008

Amar é bom, mas...

... o quanto???

Desde quando se sentia assim? Nunca, nunca havia amado assim, ora. Diziam que era amor, diziam que era loucura, diziam que era uma INSANIDADE. E desde quando amar alguém era um tipo de loucura, um vício?
Achava-se à beira da morte, não ria, não saía, não se preocupava com nada. Só viveria para ele, sua vida era ele! Era seu tudo, o seu nada, a sua parte, o seu medo, a sua paz.
Mamãe falava "filha, isso não faz bem, não dá certo viver numa ilusão...", vovó falava "corra atrás! No meu tempo era bem mais difícil arranjar namorado!", melhor amiga falava "amiga, esquece o cara, porque você não fica logo com o Ronaldo, ele tem cada músculo...". Todas idiotas!
Quem não era idiota neste mundo? ELE! Ele era perfeito, ele era tudo o que ela queria! O jeito de andar, o jeito de falar, tudo era nobre. Porém falava com ela, chegava perto dela, e mesmo assim ele nem suspeitava do sentimento terrível e forte que a consumia a cada dia.

Ma
s ela tinha esperança. Ainda ia conquistar seu coração. Não sabia quando nem como, só sabia que ia. Que queria.
Nossa, isso era um vício. Uma obsessão, uma loucura! Dizia seu nome em voz alta, mencionava-o para quem quisesse ouvir, escrevia cartas que ele nunca leria, dedicava poemas e músicas inteiras a ele. Pensava nele até ficar com dor de cabeça e perder o sono, a fome, a vontade de viver e de ver outras pessoas que não fossem ele.
Se fazia mal? Bem, até fazia. Mas era impossível largar esses pensamentos. Eles a faziam mal, mas fariam ainda pior se a abandonassem. Que faria ela se esquecesse o seu amor? Amaria outra pessoa, nem tão nobre e especial quanto ele? Não. Preferia morrer.
Havia vivido o suficiente para aprender a amar quem merece.
Nunca sentira algo assim, e não voltaria a sentir po
r pessoa diferente, porque talvez não valesse a pena. Ele era diferente, merecia sua morte, merecia sua dor, seu sacrifício, e seu amor.
Amor? Quem está falando de amor?

Estava tão certa de que deveria manter essa obsessão para sempre, que agora era impossível largá-la. Memórias a enlouquecem a cada minuto, cada lembrança provocava choros ininterruptos, e uma raiva de tudo, de todos, e talvez até dele, mordia-a por dentro. Isso não era normal. Isso não era amor.

Amor, antes sentimento tão bonito, virou um monstro, um inimigo, que provocava feridas terríveis que parecem não se fechar nunca. A lançou para dentro de um abismo que não podia sair, nem se quisesse. Amor, aquela palavra antes tão bonita, antes o motivo para seu sorriso, sua felicidade, sua existência, transformou-se na sua prisão, sua tristeza, sua lenta morte interior. Então ela não sabia amar? Acho que não. Ou melhor, até sabia. Só não sabia controlar seu sentimento. Não sabia controlar ela mesma.




2 comentários:

Arthur Rangel B) disse...

Como eu amo os seus textoss!+.+

muito bom fernanda,apesar de triste, ficou ótimo.

Yash disse...

E com este texto mostra que amor e ódio são tão próximos da obcessão que um pode virar o outro num passar de um segundo.

Amei..^^