Os órgãos que eu sinto quando meus braços envolvem aquele fino pano que é pele. Órgãos que eu não sentia, e portanto eu não ligava, e portanto sequer existiam. Mas eles estão ali. São necessários. Estranhos. Bonitos. Perceptíveis.
Órgãos que só têm beleza nos olhos daqueles que vivem no hospital. Para nós, que gostamos da carne de fora, órgãos não têm beleza. Suas funções não têm beleza.
Órgãos que separam, armazenam as substâncias e protegem a sua carne.
Carne? Não há carne. Eu não vejo a sua carne, não não, porque ela é um pecado. E por ser pecado, faz questão de não nutrir a carne que também envolta os seus órgãos. No caso da carne, ela não deixa de existir porque não a vejo. Faço de conta que não a existe pelo fato de não a sentir. Sua carne é um pecado.
O pecado não está sobre os órgãos. Os órgãos têm o direito de mostrar que são puros, porque já que a carne se tornou um pecado, pelo menos os órgãos não estão impuros. O interior é mais limpo [embora digam o contrário].
Os meus braços envolvem o puro, os órgãos que são abraçados pela pele que é abraçada por mim. Mas os meus braços são puros, eles só abraçam aquilo que as articulações convém. O braço não pede muito, mas abrange muito. O braço é puro.
Mas as mãos não; se não fossem cheias daqueles inquetos e mesquinhos dedos, elas seriam como os braços. Mas não, as mãos são detalhistas e ambiciosas. Elas acham repugnante tocar o que lhes é diferente, e portanto não suportam tocar nos ógãos, pela sua viscosidade e moleza. Mãos são ambiciosas, carne que só aceita carne - mas onde está a carne?
As mãos são pecadoras também. O castigo delas é a constante e solitária presença ds órgãos. Procuram a carne, mas os órgãos não deixam.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Foi com outros olhos...
... que ela viu aquela flor branca se abrir ao luar. Os olhos dela brilharam como se aquela flor fosse a vida dela se mostrando em diante. Foi amor a primeira vista..
O aroma da bela flor se espalhava. Ela brilhava ao luar.
Seu branco puro e imaculado...
Ela ficou olhando aquela flor, maravilhada com sua pura beleza.
Na noite seguinte, esperando o mesmo, surpreendeu-se ao notar que a flor não abriu..
E na outra noite..
Na outra...
Descobriu então que aquela flor, tão bela, tão branca, tão brilhante e tão..imaculada...divina...única... Só se abre em uma única noite...
O aroma da bela flor se espalhava. Ela brilhava ao luar.
Seu branco puro e imaculado...
Ela ficou olhando aquela flor, maravilhada com sua pura beleza.
Na noite seguinte, esperando o mesmo, surpreendeu-se ao notar que a flor não abriu..
E na outra noite..
Na outra...
Descobriu então que aquela flor, tão bela, tão branca, tão brilhante e tão..imaculada...divina...única... Só se abre em uma única noite...
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Você não sabe aonde eu estou querendo chegar? Nem eu.
Para quê reparar no que estou vestindo, de que jeito está o meu cabelo, se você sempre me vê nua? É quase óbvio agora. Para quê prestar atenção no meu supérfluo, quando você me tem involuntariamente despida, vendo as minhas dobras, os meus segredos e meus defeitos? Para quê você vai querer que eu me cubra de beleza quando você já vê essa feiúra que não sai de mim? Estarei sendo falsa com você, não é?
É por isso que você não vem. Você sabe o que há dentro. É sujo demais, não é? Eu sei, eu sei. O banho é temporário. Momentos depois lá vou eu lhe mostrar o meu talento para fazer você fugir. Mas você fica, não é? Por quê? Você só olha. Você nunca quis a minha carne porque já pode sentir o gosto dela quando a vê. E sabe que não é boa.
É isso, então. Estou nua. Estou olhando pra você e você está olhando para mim. E eu sei que está morrendo de vontade de fugir.
IGNOREM.
sábado, 17 de abril de 2010
A retomada
Como esqueces, se eu te curavas?
Quando morria, só eu te amavas
Se correstes de mim
Certo estou que um motivo tem
E se buscas o meu sim
É certo que se arrependes também
Sou só o seu passado
Mas presente também sou se me queres
Sou só a insanidade
Que seu futuro tomarei quando quiseres
Agradeço a retomada
E lamento a ex-partida
Louvo-te pela escolha
de dizer sim a minha vida
Sejam sempre felizes na sua insanidade! ;p
P.S.:Foi mal pela ausência.Não se deve a vontade própria, e sim a uma falta de inspiração somada a falta de tempo. ;**.
Quando morria, só eu te amavas
Se correstes de mim
Certo estou que um motivo tem
E se buscas o meu sim
É certo que se arrependes também
Sou só o seu passado
Mas presente também sou se me queres
Sou só a insanidade
Que seu futuro tomarei quando quiseres
Agradeço a retomada
E lamento a ex-partida
Louvo-te pela escolha
de dizer sim a minha vida
Sejam sempre felizes na sua insanidade! ;p
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Novidades e comparações estranhamente infantis :3
Pirimeiro.
segundo...
*tira a poeira, as teias de aranha, varre o pátio e passa pano* ._. abandonaram a nossa joça favorita, como ousaram .___.'
Bem, em todo o caso, eu revivo. u_____u'
Afinal, sou insana :3
Ainda mais agora xD
Bem, vamos a novidade.
Oi! EniM está fazendo faculdade 8D
Sim, sim!! Faculdade de design!
O povo de lá é muito doido!! Amo muito tudo isso!
Só isso, fim.
Uns dias atrás, enquanto eu estava no quarto de minha madre, tocava uma música da Xuxa, não lembro direito. Estava acompanhando a letra por falta do que fazer quando vi que é praticamente uma cópia de uma das musiquinhas que passavam na animação Histórinhas de Dragões que passa no Canal Futura
Ééééé!! Plagio da Xuxa? Não sei, mas idéias simultâneas que não foi.
Falando em Historinhas de Dragões, nem sei mais que horário passa ou se passa ainda '-'~
Outro dia eu estava vendo Chavez e passou um de seus musicais!
Como eu gosto da musiquinha da roupa remendada e da juventude >____<
To com saudade de assistir Chapolin x_o
E agora me veio a lembrança de Ursinhos Carinhosos
Aff meu, melhor eu parar. XD
OLÁ!!!
segundo...
*tira a poeira, as teias de aranha, varre o pátio e passa pano* ._. abandonaram a nossa joça favorita, como ousaram .___.'
Bem, em todo o caso, eu revivo. u_____u'
Afinal, sou insana :3
Ainda mais agora xD
Bem, vamos a novidade.
Oi! EniM está fazendo faculdade 8D
Sim, sim!! Faculdade de design!
O povo de lá é muito doido!! Amo muito tudo isso!
Só isso, fim.
Uns dias atrás, enquanto eu estava no quarto de minha madre, tocava uma música da Xuxa, não lembro direito. Estava acompanhando a letra por falta do que fazer quando vi que é praticamente uma cópia de uma das musiquinhas que passavam na animação Histórinhas de Dragões que passa no Canal Futura
D: COMASSIM???
Ééééé!! Plagio da Xuxa? Não sei, mas idéias simultâneas que não foi.
Falando em Historinhas de Dragões, nem sei mais que horário passa ou se passa ainda '-'~
Outro dia eu estava vendo Chavez e passou um de seus musicais!
CÉUS! Ç_Ç
Como eu gosto da musiquinha da roupa remendada e da juventude >____<
To com saudade de assistir Chapolin x_o
E agora me veio a lembrança de Ursinhos Carinhosos
Aff meu, melhor eu parar. XD
Beijos pra vocês \o
sábado, 30 de janeiro de 2010
A Incoerencia Coerente de um ótimo autor. [II]
Dando minha continuidade ao post de Enim... espero que não se importe com a invasão! xD
"Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que eu nunca tive: apenas duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar.
Nessa minha nova covardia [...], que é como acordar de manhã na casa de um estrangeiro, não sei se terei coragem de simplesmente ir. É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo. Até agora achar-me era já ter uma ideia de pessoa e nela me engastar: nessa pessoa organizada eu me encarnava, e nem mesmo sentia o grande esforço de construção que era viver. A ideia que eu fazia de pessoa vinha de minha terceira perna, daquela que me plantava no chão. Mas e agora? estarei mais livre?"
(Clarice Lispector - "A Paixão Segundo G.H.", pág. 11/12, parágrafos 3/4)
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
A incoerencia coerente de um ótimo autor.
"À noite, quando vou para a cama, ainda me esforço para ter certeza de que minhas pernas estejam debaixo dos cobertores quando as luzes se apagam. Não sou mais criança, mas... não gosto de dormir com uma perna para fora. Porque se uma mão fria sair de sob a cama e agarrar meu tornozelo, sou capaz de gritar. Sim, sou capaz de gritar a ponto de acordar os mortos. Esse tipo de coisa não acontece, é claro, todos nós sabemos disso. Nas histórias que se seguem, você vai encontrar todo tipo de criaturas da noite: vampiros, amantes demoníacos, uma coisa que vive dentro do armário, todo tipo de terrores diversos. Nenhum deles é real. A coisa debaixo da minha cama esperando para agarrar meu tornozelo não é real. Sei disso, e também sei que se eu tomar cuidado e ficar sempre com as pernas debaixo da coberta, ela jamais vai conseguir agarrar meu tornozelo."
(Stephen King. - Sombras da Noite - Prefácio - p.12, 1º parágrafo)
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Campos dos Goytacazes, 25 de janeiro de 2010
Caros (raros) leitores.
Eu, Enim, estou aqui para lhes dizer o quanta falta sinto de escrever por estas regiões e de como sinto falta de atualizar tanto este blog quando as minhas Histórias. Estas, por sinal, não são escritas aleatoriamente tal como os posts deste, cujo qual tento englobar o sentimental e o banal de todos.
Não dá muito certo.
Sinto-lhes informar que a falta de inspiração para a escrita é grande, por qual agora se encerra parcialmente. Somente. Eis que vos escrevo esta carta para então falar que estou um tanto agonizada com o andamento dos Insanos.
Faltou a insanidade.
Sim, caros (raros) leitores. Os insanos ultimamente se encontram meio sãos. A falta de cor, criatividade, inutilidade, expressão, chat, alegria, melancolia, angústia, paixão, ódio, amor e todo o resto que envolve a insanidade do local está estagnada de tal maneira que torna a leitura de tais...tediosa.
Não creio que lerão esta carta, mas não me custa nada além de alguns minutos, cujos quais poderia apreciar com outras coisas ou até mesmo dormindo, para escrever o que estou achando do antigo animado Insanos.
Preciso de um pouco mais de loucura.
Assim vos descrevo o sentimento que sinto ao ver este estimado blog... parado.
Agradeço por ler esta carta (se é que a leu)
Meus apreços.
Enim
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
O tal do 'bem maior'
É muito chato pensar que a gente se sente 'obrigado' a gostar de alguém. E talvez nem se trate disso, porque com tipos assim, é um negócio meio louco, tipo 'a gente odeia porque ama'. Isso aí, a gente tá sempre fazendo ou sentindo coisas ruins porque ama alguém. A gente bate em alguém porque ama, xinga alguém porque ama, briga com alguém porque ama, isso porque a gente quer o bem de quem ama.
Mas será que queremos realmente bem? O que é querer o bem dela? Permitir que ela viva para que continue com o seu pesadelo de cada dia, suas doenças de cada dia, a cada dia dizer 'eu não estou louca!', sendo que ela REALMENTE não sabe mais o que diz, e tendo que nos explicar, que já fizemos isso ou aquilo e que não, não estamos querendo matá-la nem deixá-la louca.
De que serve esse cuidado todo? Porque a amamos. Mas amar não é querer o bem de alguém? E é ESSE o bem, essa vida acabada e cheia de dor e suspeita?
Não imaginam o medo com o que escrevo isso. Me arrependerei de escrevê-lo, eu acho. Mas é a verdade, e a verdade dói, não é mesmo? A verdade não tem consequências ruins, só a mentira. E o que eu estou dizendo é verdade. Só o que estamos vivendo [ou mantendo] é que é mentira, uma mentira a favor do amor que sentimos. Porque é para o bem dela. E para o bem da nossa consciência, é claro.
"...Ia só andando, aceitando o pior, como um gesto do destino, como uma necessidade da obra humana, e foi então que a Esperança, para combater o Terror, me segredou ao coração, não essas palavras, pois nada articulou parecido com palavras, mas uma ideia que poderia ser traduzida por elas:
"mamãe defunta, acaba o seminário"
[...]
Foi uma sugestão da luxúria e do egoísmo. A piedade filial desmaiou um instante, com a perspectiva da liberdade certa, pelo desaparecimento da dívida e do devedor; foi um instante, menos que um instante, o centésimo de um instante, ainda assim o suficiente para complicar a minha aflição com um remorso"
trecho do livro "Dom Casmurro", de Machado de Assis - pág. 97, cap. 67
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Novo Ano
1º post de 2010, somente.
Precisávamos de posts assim sem noção e de aviso novamente, este blog, antes bagunçado, agora está me parecendo sério demais. o.o
Precisávamos de posts assim sem noção e de aviso novamente, este blog, antes bagunçado, agora está me parecendo sério demais. o.o
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